A cultura negra é uma das mais ricas e belas do mundo, trazendo uma história que deve ser respeitada e conhecida. E ela está em cada canto do nosso país. E embora tenhamos muitas barreiras a quebrar com relação ao preconceito, está presente no cotidiano dos brasileiros, na cultura, através de suas danças, da música e suas influências e na religiosidade, com seus rituais, o candomblé e o jogo de búzios.
Mas vamos falar um pouco mais sobre essas influências, que assim como ocorreu no Brasil, são bastante miscigenadas ao longo dos séculos. A vestimenta dos africanos, como conhecemos, na verdade é uma junção desses diversos povos. E como cada local possui suas características marcantes, com pinturas que retratam suas histórias e trazem significados diferentes de acordo com cada grupo, nada mais natural que o conceito que temos delas, na verdade é uma junção de diversos povos. O nordeste da África, por exemplo, recebeu muitas influências da cultura do Oriente Médio, fato que não se observa nos povos localizados a noroeste, que mantiveram indumentárias originais.
Com a chegada do povo ao nosso continente, parte dessa história acabou influenciando também nossa moda, trazendo padronagens nos tecidos que mostram todo seu colorido em estampas, rendas e bordados. E a religiosidade é um fator marcante, sendo mantidos valores sagrados em releituras que mesclam batas com outros tipos de roupas ocidentais como saias, bermudas ou calças.
Aqui no Brasil temos alguns estilistas que tem criado belos exemplos para mulheres que buscam independência com relação aos modelos impostos pelo mercado, trazendo brilho e leveza ao nosso país tropical e aceitação de seus corpos, renegando padrões impostos pela mídia. Neste sentido, a estilista Mônica Anjos vem fazendo um importante trabalho ao trazer modelos buscam ampliar o sentido da identidade e orgulho de suas raízes. Veja um modelo criado por ela:
O caminho para o respeito caminha lado a lado com a representatividade desse povo que tem orgulho de suas raízes evidentes em seus cabelos, traços e cor. Em um país como o nosso, é necessário que se trabalhe diariamente a nossa autoaceitação, agregando valor ao que somos e de onde viemos. E como explicamos nesse artigo, a moda tem uma importância fundamental, já que “o que vestimos acaba por traduzir como nos vemos ou pelo menos como queremos ser vistos. Nossas vestimentas, adereços e cabelo, transmitem a noção de estética que queremos construir ou mesmo a que temos por uma imposição social. Deste modo, a estética faz parte da estrutura da nossa identidade.