BN-Conexões pela Educação: Tecendo Saberes Antirracistas:
A Lei 10.639/03 estabelece a obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no ensino fundamental e médio. A Lei entrou em vigor no dia 09 de janeiro de 2003 e, desde então, muitas discussões foram fomentadas. Entre elas, destaca-se a questão de como ensinar a história e cultura do povo negro a partir de tecnologias sociais que carregam a nossa linguagem, identidade e cultura. É importante ressaltar que a Lei completou 20 anos em 2023 e que sua aplicação ainda é um grande desafio enfrentado em todos os estados brasileiros.
De acordo com um levantamento realizado pelo Geledés Instituto da Mulher Negra e Instituto Alana, lançado em 2023, 71% das Secretarias Municipais de Educação realizam pouca ou nenhuma ação para implementar a Lei 10.639/03. Das 1.187 Secretarias Municipais de Educação ouvidas no levantamento, 33% relataram não ter informação e orientação suficientes sobre a temática, e 53% apontaram a ausência de apoio de outros entes e/ou organizações neste processo. Sabemos que essa jornada pode ser solitária e cansativa para profissionais negras e negros da educação, que tendem a se comprometer de forma mais expandida com práticas de educação antirracista, mas é preciso ampliar o alcance da temática e sua abordagem, a fim de que educadores não-negros também desenvolvam competências que estimulem mudanças estruturais na forma como o racismo opera na sociedade, especialmente através da educação.
Outro dado importante desta pesquisa é que 42% dos entrevistados apontaram a dificuldade dos profissionais em transpor o ensino sobre a temática nos currículos e projetos das escolas, o que demonstra a necessidade de enxergarmos esse problema em múltiplas camadas. Entre essas camadas, destacam-se a falta de formação continuada, a abertura para o uso de ferramentas metodológicas complementares e o apoio programático.
O projeto BN Conexões pela Educação: Tecendo Saberes Antirracistas, programa das Blogueiras Negras apoiado pelo Instituto Odara e Imaginable Futures, tem como objetivo propor uma série de conteúdos para apoiar a formação político-pedagógica de professoras(es), gestoras(es), educadoras(es) sociais e demais profissionais e pessoas interessadas em elevar suas perspectivas metodológicas sobre educação antirracista. Considerando os dispositivos educativos como um conjunto de ferramentas, compreendemos que as tecnologias sociais, a interseccionalidade, a cultura e a educação midiática, por exemplo, podem subsidiar a aplicação da Lei 10.639/03. Por isso, nosso projeto visa formar professoras(es), educadoras(es), gestoras(es) e demais públicos interessados na pauta educacional, além de mapear e divulgar iniciativas inovadoras que possam ajudar a superar os desafios de tornar a educação, formal ou informal, um espaço livre do racismo e de outras opressões. Nosso foco é entender como o Nordeste desenvolve suas práticas, mas nada impede que nosso público seja de outras partes do Brasil, compreendendo a importância das trocas de experiências.
Utilizar as tecnologias sociais como marco central tem um objetivo importante: criar oportunidades para inclusão e transformação social. Tal objetivo dialoga com a META 08 do Plano Nacional de Educação (PNE), que é “igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE”. A discussão em torno do PNE é relevante para a execução da Lei 10.639/03, já que é essencial pensar o currículo para que o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana se torne mais frequente nas escolas brasileiras.
Para nós, Blogueiras Negras, a partir de uma série de investigações e experiências desenvolvidas nesses mais de 12 anos de atuação como um Coletivo de Mídia Negra Feminista, a linguagem é uma tecnologia ancestral que pode contribuir nesse processo. Acreditamos que o Pretuguês, conceito elaborado pela ativista e intelectual Lélia Gonzalez, também pode ser uma ferramenta importante para a aplicação da Lei 10.639/03. O pensamento de Gonzalez problematiza o racismo e o sexismo na cultura brasileira. Destacamos uma de suas grandes contribuições: mostrar como as marcas da africanidade aparecem na cultura brasileira. Isso pode gerar reações violentas da branquitude, ao se deparar com o fato de que não falamos uma língua branca, mas sim uma língua negra — o pretuguês. Por isso, o BN Conexões Pela Educação também se baseia nesta concepção metodológica. A tentativa de apagar o Pretuguês é uma das formas pelas quais o racismo opera no Brasil, através da ideologia de branqueamento que busca embranquecer nossa cultura. Como escreveu Gonzalez (2020), há uma tentativa de ocultar as marcas da nossa africanidade no Brasil, mas isso já não é mais possível, pois foi através da figura da Mãe Preta que a cultura negra se inseriu na linguagem com essas marcas, que “nada mais é do que a marca de africanização do português falado no Brasil” (Gonzalez, 1988/2020, p. 128).
A ferramenta da interseccionalidade também é usada como método de investigação e interesse para o mapeamento e disseminação de iniciativas que integram tecnologia social e educação para combater o racismo. Este projeto busca não apenas promover a conscientização e a formação de educadores e outros agentes educacionais, mas também incentivar a implementação de práticas pedagógicas que reconheçam e valorizem a diversidade.
OFICINAS:
Em compromisso com a promoção de uma formação político-pedagógica para profissionais da educação, as oficinas do BN Conexões Pela Educação: Tecendo Saberes Antirracistas propõem uma abordagem reflexiva sobre os temas centrais do projeto e do mapeamento. São cinco aulas preparadas, com os temas:
- 1. Bases Iniciais (Boas-vindas)
- 2. Introdução à Educação Antirracista
- 3. Tecnologias Sociais, Cultura e Educação Midiática/
- 4. Implementação de Práticas Antirracistas na Escola
- 5. Promoção da Articulação entre Professores, Gestores Educacionais e Comunidade Escolar
INTRODUÇÃO
OFICINA 1 – INTRODUÇÃO A EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA
OFICINA 2 – Tecnologias Sociais, Cultura e Educação Midiática
MApeamento:
Com o objetivo de oferecer a professoras(es), gestoras(es), educadoras(es) sociais e demais profissionais da educação ferramentas e caminhos para promover uma prática antirracista mais ativa, preparamos um mapeamento de iniciativas que desenvolvem ações e metodologias de tecnologia social, cultura e educação midiática que podem subsidiar o cumprimento da Lei 10.639/03. Ao todo, são 15 iniciativas do Nordeste, com foco especial nas práticas de Pernambuco devido à atuação das Blogueiras Negras e demais ações do projeto no estado.
Iniciativas Mapeadas:
Tecnologia e inovação para gerar diversidade de gênero e transformação social
A Pajubá Tech é uma organização de Recife – PE que tem como objetivo integrar pessoas LGBTQI+ periféricas, especialmente pessoas trans e travestis, no mercado de trabalho e na tecnologia. Em uma entrevista, Luana Maria, afirma que a “Pajubá Tech é um empreendimento social que entende a tecnologia como tecnologia social e não apenas como tecnologia da informação”, afirma a CEO da organização.
Assim como as Blogueiras Negras, esse empreendimento acredita que a tecnologia pode ser utilizada como transformação social e recurso de emancipação no próprio território. Através de capacitações profissionais e programas de formação, o Pajubá Tech realiza ação educativa na transmissão de conhecimento sobre tecnologia utilizando a realidade da comunidade e do território.
Instagram: @pajubatech
Formação, Comunicação e Incidência, atuando desde 2008.
O Coletivo Força Tururu é um grupo sediado em Recife, Pernambuco, que se destaca pelo seu trabalho com comunicação popular e comunitária desde 2008, com o objetivo de enfrentar desigualdades sociais e dar voz às comunidades. O coletivo também está comprometido na criação e fortalecimento de redes de comunicadores populares, por meio de treinamentos e diálogos contínuos com outros coletivos que atuam nas periferias da região metropolitana de Recife, promovendo a troca de conhecimentos e experiências entre diferentes grupos da comunidade, ajudando a valorizar e disseminar a cultura do povo negro. Nesse sentido, promovem a cultura afro-brasileira em suas atividades e projetos, contribuindo para a educação e a valorização através de ações educativas dentro da comunidade e em contato com outros coletivos de Recife.
Notícias: https://www.mapacultural.pe.gov.br/agente/25372/#info
Site: https://coletivoforcatururu.blogspot.com/
Instagram: @coletivo_tururu
Laboratório Criativo de Narrativas sobre Tecnologias Digitais, que trabalha com meninas e jovens mulheres negras. Projeto em parceria com o Coletivo Sargento Perifa e o Grupo Mãe Andresa, apoiado pelo Fundo Malala.
O BNLab é um projeto educacional complementar voltado para meninas e jovens mulheres negras entre 14 e 20 anos, que são estudantes de escolas públicas e moradoras da região do Córrego do Sargento, Recife-PE. O projeto tem como objetivo a educação midiática, tecnológica e cuidados digitais, oferecendo uma abordagem crítica e prática a partir de uma perspectiva feminista negra.
O projeto foi idealizado e elaborado pelas Blogueiras Negras, com o apoio do Coletivo Sargento Perifa e do Grupo de Mulheres Negras Mãe Andresa, e financiado pelo Fundo Malala. O BNLab visa capacitar essas jovens com habilidades em tecnologias da informação e comunicação, proporcionando um espaço educativo que valoriza e promove a cultura negra, ampliando o acesso e a compreensão da cultura afro-brasileira em um ambiente que apoia a capacitação e o empoderamento das participantes.
Instagram: @blogueirasnegras
Criado em 2020, o Mandume Cultural é um ecossistema que impulsiona, desenvolve e fortalece projetos, produtores culturais, artistas e demais ações e públicos da economia criativa.
O Mandume Cultural é uma organização dedicada ao desenvolvimento e à valorização da cultura negra e da economia criativa. Fundada em 2020 por Isabelle Ferreira e Wellington Silva, a Mandume se dedica a promover a cultura negra e apoiar jovens das periferias de Pernambuco. Com projetos como a 1ª Conferência Pernambucana de Produções Culturais Negras e o Podcast Observatório Museu Negro, a Mandume traz inovação na cena cultural.
Além desses projetos, o Mandume Cultural se dedica a iniciativas essenciais como o “Cultura Material Africana: Primeiro Catálogo do Acervo de Arte Africana do Museu da Abolição”, que celebra e documenta a riqueza da arte africana. Outro destaque é a Cartilha Memória e Narrativa, que mergulha profundamente nas histórias e tradições que formam a cultura do povo negro. Essas iniciativas são fundamentais para fortalecer o conhecimento e orgulho pela herança cultural africana, proporcionando um acesso valioso à riqueza cultural e histórica que nos define.
Site: https://mandumecultural.com/
Instagram: @mandumecultural
É uma proposta de arte e educação para a diversidade, constituído por ações que relacionam a contação de estórias, literatura, audiovisual, teatro de objetos através das africanidades. Criado em 2008, pela contadora de estórias e pedagoga, Kemla Baptista é uma iniciativa que como o próprio nome sugere, coloca a criança no patamar de desbravadora das tradições afro-brasileiras e agente criadora de arte.
Argumento: O Caçando Estórias é um projeto cultural criado em 2008 pela contadora de estórias e pedagoga, a pernambucana Kemla Baptista. Numa entrevista, a pedagoga diz que é possível contar história através da dança:“Trago os ritmos samba, jongo e maracatu em minhas apresentações”, afirma Kemla Baptista que exerce o cargo de Equede (Ekedi ou Kota) no em um terreiro de Candomblé. Ela define seu cargo como “zeladora dos orixás”.
Essa iniciativa promove a valorização da literatura e da oralidade das tradições afro-brasileiras através de eventos de contação de histórias. O projeto incentiva a expressão das narrativas locais e a valorização das experiências históricas e culturais do povo negro, ao ajudar a amplificar as vozes e histórias relacionadas à cultura afro-brasileira. Além disso, oferece acesso à literatura e atividades educativas de forma acessível, didática e a partir de uma linguagem referenciada na cultura negra.
Youtube: https://www.youtube.com/c/Ca%C3%A7andoEst%C3%B3rias
Instagram: @cacandoestorias
Facebook: CacandoEstorias
Twitter: @CacandoEstorias
Spotify: https://open.spotify.com/show/5Zc8pSzrMOZiuqhHCwzmB
Espaço solidário de apoio lúdico e psicopedagógico para crianças da Várzea.
O Gris Espaço Solidário é uma ONG que faz a diferença no bairro da Várzea, na Zona Oeste de Recife. Criado em 2018 pela cientista social Joice Paixão, o projeto leva o nome de “gris-gris”, patuás africanos que simbolizam proteção e sorte. A ideia inicial era oferecer aulas de reforço escolar e atividades lúdicas para crianças e jovens, fortalecendo o aprendizado e a autoestima, com um foco especial na valorização da identidade étnica e racial.
Atualmente, o espaço Gris divide suas atividades em dois grandes grupos: o pedagógico, com aulas de tecnologia, artes e debates sobre questões sociais, e o terapêutico, que tem atendimentos na área da saúde e também de combate à insegurança alimentar, com doações de kits de higiene e limpeza. Desde o início, a ONG tem se dedicado a reforçar a autoestima e o reconhecimento da identidade racial dos participantes, contribuindo para fortalecer a autoestima e reconhecer a importância da sua própria cultura e identidade.
Notícias: https://www.lupadobem.com/gris-espaco-solidario-esperanca-juventude-recife/
Site: https://projetogrisespacos.wixsite.com/gris
Instagram: @gris.solidario
Cinemas Negros de África e Diáspora. Cultura negra no Brasil e no mundo. Audiovisual e Educação Popular. Desde 2012.
O Cineclube Bamako é um projeto que se dedica a trazer o melhor do cinema africano, da diáspora e das cinematografias negras brasileiras. Desde 2012, o cineclube exibe filmes incríveis e pouco conhecidos no Brasil, sempre seguidos de debates que ajudam a aprofundar a conversa sobre a cultura negra. Além disso, também oferece apoio para educadores que querem pensar e aprimorar o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira, com sessões em comunidades e espaços culturais.
Depois de 9 anos de trabalho, o Cineclube Bamako expandiu suas atividades para Porto Alegre-RS e começou a colaborar com movimentos negros e comunidades quilombolas. Um dos objetivos da iniciativa é aproximar espaços com forte presença negra em diferentes regiões e promover uma troca rica de saberes e experiências. O Cineclube usa o cinema como uma ferramenta poderosa para valorizar e comunicar a cultura do povo negro.
Site: https://www.cineclubebamako.org/
Instagram: @cineclubebamako
Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô: entidade do movimento negro sediada no Estado de Alagoas
O Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, fundado em 2005 e vinculado aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs), desempenha um papel essencial na educação e conscientização sobre a herança cultural afro-brasileira. Através de uma abordagem que valoriza o Quilombo dos Palmares e a Serra da Barriga, o Anajô promove atividades educativas que destacam a importância do pertencimento étnico, a valorização dos povos tradicionais e a igualdade de gênero.
Site: https://anajoalagoas.wordpress.com/
Instagram: @anajoal
A Comunidade de Terreiro Caxuté, articulada aos movimentos sociais negros e indígenas na luta e resistência decolonial, criou a Escola Caxuté como um espaço de formação educacional de terreiro com base nos saberes e legados ancestrais da cosmovisão bantu-indígenas. Através da Pedagogia do Terreiro acolhe pessoas marginalizadas e deslocadas pelo Estado racista e colonial. A Escola Caxuté ensina e aprende a afirmar a identidade negra a partir de práticas sociais, políticas e religiosas no cuidado com a terra, águas, matas, nas práticas de biointeração, produção artesanal e demais atividades que envolvem o cotidiano de terreiro, pressupostos referenciais que compõem a identidade coletiva da comunidade.
Tem como objetivo promover uma educação antiracista/decolonial contra hegemônica, pautada na memória do legado bantu-indígena, sob a perspectiva teórico-metodológica da Pedagogia do Terreiro da Escola Caxuté, uma escola de terreiro do/no campo, onde se aprende a partir de um ensino pautado em pressupostos referenciais das realidades sociais dessa comunidade, um território de povos tradicionais negro-indígena.
A Escola Caxuté é um exemplo importante de como os saberes ancestrais e as práticas de comunidades tradicionais podem ser utilizadas para construir uma educação decolonial e que celebra a cultura negra. O projeto é uma iniciativa de resistência cultural, que tem como objetivo preservar, ensinar e vivenciar os legados da cosmovisão bantu-indígena de forma a criar um espaço que resiste à estrutura colonial e racista da sociedade.
A abordagem é fundamentada na pedagogia própria do terreiro, que é um espaço de aprendizagem e vivência das tradições culturais e espirituais de matriz africana e indígena. A Escola Caxuté se constitui como um espaço de fortalecimento da comunidade, onde o aprendizado é coletivo e se dá de forma integrada, entrelaçando o saber acadêmico e o saber popular, a espiritualidade e o cotidiano. Aqui, o currículo não se limita ao ensino formal, mas inclui práticas de biointeração, produção artesanal, vivências espirituais e o cuidado com o ambiente, essenciais para a manutenção da cultura negros e da tradição de povos tradicionais e indígenas. A escola é um lugar de construção de uma identidade coletiva, em que se aprende a lutar contra as opressões históricas e a construir um futuro mais justo, baseado no respeito às diversidades e no fortalecimento das culturas ancestrais.
Notícias: https://transforma.fbb.org.br/tecnologia-social/pedagogia-do-terreiro
Instagram: @comunidadecaxute.oficial
Realiza atividades educativas de combate ao racismo nas escolas para que desnudem práticas discriminatórias e fortaleçam o pertencimento identitário de jovens. Pretende-se ainda ampliar o diálogo entre as mães integrantes da Rede para que tenham acesso ao letramento racial, fundamental na luta antirracista.
A iniciativa é realizada pela Rede de Mulheres Negras do Ceará, que também é apoiada pelo Instituto Odara. A Caravana Sankofa tem como objetivo ir às escolas no Estado do Ceará para o enfrentamento do racismo nas escolas. Para tanto, foi criado metodologias próprias que possam abrir o diálogo com gestores, professores e professoras e estudantes, conseguindo assim fazer um diálogo mais assertivo.
A iniciativa utiliza a própria cultura negra para fazer essa transmissão, segundo uma das representantes da caravana: “A gente tem uma metodologia para escolas de ensino fundamental, para escola de ensino médio, para escola de educação de jovens e adultos. A gente também vai estar com a Caravana Sankofa em algumas escolas. Fazemos oficinas de abayomi, oficina de dança afro, e a gente faz esse diálogo sobre heroínas negras trazendo mulheres negras que fizeram e fazem parte da nossa história.
Instagram: https://www.instagram.com/mulheresnegrasdoceara/p/C75Y_Wct5y-/
O PROETNOS é o Programa de Formação Docente para atender a Diversidade Étnica do Maranhão (PROETNOS) da UEMA, que foi criado para formar e qualificar professores para assumir os processos de escolarização nos territórios dos povos e comunidades tradicionais no Estado do Maranhão garantindo assim a autonomia desses territórios, uma vez que os professores a serem formados devem ser exclusivamente oriundos das suas comunidades e povos.
O curso é exclusivo para candidatos indígenas, quilombolas, quebradeiras de coco babaçu e agroextrativistas que concluíram o ensino médio. É uma conquista via articulação do Movimento das quebradeiras de coco babaçu (MIQCB) junto à UEMA. Com essa iniciativa fronteiras são abertas para discussão, reflexão e análise da real efetivação da Lei 10.639 , encontrando assim uma formação que compreende a diversidade etnica no Maranhã e se utiliza da cultura do povo negro e indigena para formar profissionais.
Iniciativa criada pela Organização de Mulheres Negras de Caiana, que tem como objetivo O curso “PNE e as Relações Étnico-Raciais” será desenvolvido com os profissionais da Escola Quilombola Firmo Santino da Silva, localizada na Comunidade Quilombola Caiana dos Crioulos.
A iniciativa tem como proposta realizar um curso que atenderá equipes técnicas, gestores e professores da EMEIEF Firmo Santino da Silva para discutir a educação escolar quilombola. A ideia é incentivar a discussão sobre o PNE e as relações étnico-raciais, tema importante, sobretudo no ano de 2024. O projeto é financiado a partir do Edital Maria Elza dos Santos, do Instituto Odara.
Instagram: https://www.instagram.com/p/C9huhysx_j4/?img_index=1
Coletivo Cabelos de Axé, o primeiro coletivo negro freitense.
O coletivo faz um trabalho em que fala sobre a cultura e a história do povo negro, seja através de cursos de escrevivência, de danças, realizando o desfile Beleza Negra Freitense, entre outras atividades voltada para a comunidade. Recentemente o coletivo lançou o documentário “Griós Freitenses”, segundo o coletivo “Neste documentário, exploraremos o papel vital dos nossos mais velhos na preservação da cultura e da identidade afro-brasileira em José de Freitas. Conheceremos suas histórias, suas tradições e a importância de seu legado para as gerações presentes e futuras.”. Nesse sentido, a iniciativa transmite e vive a cultura negra, sendo um coletivo que fortalece a Lei 10.639.
Instagram: @cabelosdeaxejf
Formação de mulheres negras cis e trans,em temas como educação das Relações Étnico raciais,Gênero,Raça-etnia,Lgbtfobia e políticas e ações afirmativas.
O projeto tem como objetivo reafirmar a identidade negra através da educação antirracista, promovendo a formação e o empoderamento político e social de mulheres negras cis e trans que atuam em espaços educacionais das comunidades quilombolas no Rio Grande do Norte, como forma de incidência política para a aprovação e fortalecimento do PNE. A iniciativa é feita pela organização Yalode Instituto Afroacademia Lélia Gonzalez, que conta com o financiamento do Instituto Odara e se utiliza da cultura negra para criar um espaço de ensino-aprendizagem para profissionais da educação.
Instagram: @projeto_aye_dudu
O portal Kizomba dos Saberes é uma ferramenta de educação sobre as culturas afro, contribuindo para a efetivação da lei 10.639/03, permitindo às professoras e professores dos sistemas de ensino da educação básica conhecer as especificidades e riqueza do repertório cultural negro de Sergipe. Assim, professores, educadores e gestores escolares encontrarão aqui uma série de conteúdos que permitirão que a cultura afro-sergipana seja ensinada nas escolas de forma qualificada e lúdica, a partir das manifestações simbólicas e dos sentimentos produzidos pelos africanos e seus descendentes ao longo da história sergipana.
Esta é uma plataforma inédita no cenário das tecnologias educacionais disponíveis para o público de docentes e discentes em Sergipe e no mundo. A inserção de conteúdos sobre a história e cultura negra e africana em Sergipe como recurso de tecnologia educacional colabora para a difusão dos conhecimentos sobre a história e identidade afro-sergipana, sendo um caminho eficaz para a superação do racismo e intolerâncias nos sistemas educacionais sergipanos.
Desta forma, o portal também contribui para que a população sergipana, em geral, e as comunidades negras, em particular, conheçam sua própria história e, ao mesmo tempo, dará visibilidade mundial à riqueza da cultura sergipana, já que ao estar disponível na internet assume não só contornos locais e regionais, como também nacionais e internacionais.
Assim, este projeto visa contribuir não apenas para a difusão de repertórios educativos sobre a história e a cultura de matriz africana em Sergipe, mas também para a do conhecimento das contribuições de Sergipe para a formação do patrimônio cultural afrobrasileiro.
A iniciativa utiliza uma ferramenta para (in)formar professores, professoras, gestores, profissionais da educação de forma geral. No site é possível buscar manifestações culturais da região de Sergipe, assim como é possível pesquisar por município. O site tem uma linguagem referenciada na cultura negra, além de ser dinâmica e feita para vivenciar e transmitir os saberes do povo negro sergipano. A ferramenta também conta com atividades educativas e uma “afropédia” que dá destaque a “biografias e trajetórias de personalidades negras com relevante contribuição para a história e para a cultura sergipana.”
Ficha Técnica
Realização:
Blogueiras Negras
Apoio:
Instituto Odara e Imaginable Futures
Institucional:
Conselheira e Fundadora: Larissa Santiago
Mobilizadora de Gestão e Fundadora: Charô Nunes
Mobilizadora Estratégica: Lays Araújo
Mobilizador de Comunicação: Wellington Silva
Articuladora de Programas: Thayz Athayde
Designer: Helida Costa e Camila Costa
Desenvolvedor: Willian Lopes
BN Conexões pela Educação: Tecendo Saberes Antirracistas:
Diretora Executiva: Larissa Santiago
Diretores Estratégicos: Lays Araújo e Wellington Silva
Pesquisadora: Thayz Athayde
Identidade Visual: Helida Costa
Designer de Comunicação: Camila Lopes
Desenvolvimento: Willian Lopes
Roteiros das oficinas: Helida Costa, Lays Araújo, Larissa Santiago, Willian Lopes e Wellington Silva
Apresentadores das oficinas: Larissa Santiago, Lays Araújo e Willian Lopes
Editora e Diretora de Arte das oficinas: Isadora Luchtenberg
Agradecimento especial:
Gustavo Souza
Sandir Costa
