Ciranda de amor nasceu da dor. Da dor que, numa ‘roda’ de conversa de mulheres, se deu, se fez presente e insistente. Conforto, não conformismo, também estiveram presentes, exemplos de empreendedorismo, reconexão ancestral, redescoberta de estratégia de pôr em prática, projetos e estudos; choro da incerteza financeira causada por este momento de crise sanitária mundial, de pandemia em nos encontramos, que afetou a uns mais, a outros, menos, a algumas pessoas, não muito, mas que ao mundo está a afetar; lágrimas e a solidariedade, que foi a proposta básica daquele encontro, também se fizeram presentes.
Aquele encontro me deixou no chão, literalmente, me senti sem energias e inquieta, sem forças. Pedi ajuda em silêncio… Tentei verbalizar uma espécie de ajuda, mas não deu, estava muito exausta. Precisava dormir, mas também não estava a conseguir. Como assim, estar exausta e, ainda assim, não conseguir dormir? Bem, em algum momento consegui.
Agora o dia já chegou. “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” Nan nan, nan, não veio assim de bandeja, não. Pedi muito, muito, muito em silêncio. Queria entender o que estava sentindo, fiz análises, conjunturas para o porquê de ter ficado naquele estado, me julguei, me culpei, me senti diminuída, me senti fraca, mas como tudo isto descrito, eu vivenciei comigo mesma, sem compartilhar com ninguém, a resposta que está sempre dentro de nós, veio pela manhã. Não assim, de estalo, além de tudo isto que descrevi acima, também, ajoelhei! Procurei aqui, agora, saber de onde vem a frase que acima escrevi sobre o choro da noite e a alegria da manhã, e a descobri no Salmo 30, da Bíblia.
Pela manhã, depois da angústia, de ter ficado no chão, de ter tido minha energia esvaída; depois de ter ficado inquieta; em busca, a busca, confusa; espiritualmente carente; assoberbada e entregue a um sentir desempoderador, obtive a resposta. Esta resposta tem o nome de ‘Ciranda de amor’. Todo breakdown é para proporcionar um breakthrough.
A resposta me chegou, e ela, afirmo, pois, preciso reconhecer, já estava em mim. Agora, com um pouquinho de história, um tempo depois de ter começado a escrever para o Blog Blogueiras Negras, eu me propus, para a virada do ano que se iniciaria, reverenciar uma mulher a cada mês. Escrever sobre 12 mulheres. Iniciei, mas apenas entrevistei e escrevi sobre duas mulheres. Adormeceu-se, e o talento mais uma vez adormecido, se fez. Uma moça que gosto muito, me falou sobre talento há menos de 48 horas. Numa linda conversa onde ela mencionou, não só mencionou, como me enviou um trecho da Bíblia que discorre sobre isto. O que estou sendo direcionada a escrever, ser e viver, é esta Ciranda de Amor, que vou pôr em prática. Iniciei, quando escrevi sobre duas das 12 mulheres que eu havia me proposto a escrever, mas a resposta que tive após a angústia que de ontem para hoje senti, me impulsiona a agir e continuar.
Agir em nome do amor. Amor que precisa voltar a estar a percorrer as veias das pessoas, amor que precisa ser aceito, amor que precisa encontrar pessoas dispostas a se curar, a se encontrar; a melhorar; a avançar; pessoas dispostas a receber ajuda.
Uma vez aprendi, a pessoa precisa ser treinável. Treinável no sentido de não resistir à ajuda, propostas de entendimento e um caminhar para a libertação do que quer que esteja a aprisionar. A resistência te mantém no ciclo de dor, que você, pela sanidade mental, precisa sair. Também aprendi que aquilo que a gente resiste, persiste.
Então o que de joelhos pedi nesta manhã e ontem, na conversa de mulheres, ao lembrar e mencionar aquela Mãe que um dia me ouviu à distância sem mesmo ao menos me conhecer, e que me acolheu com sua voz e toda a palavra que proferiu para me acalentar, de nome Mãe Beata de Iemanjá, que muito me emocionou, hoje em resposta recebi: ciranda, ciranda, ciranda de amor!!!!!
A ajuda de mãe, de mulher pra mulher, da força que tem esta ciranda, quando anteontem, ao
participar da Live para que fui convidada, ‘Chá das 5 do Tio Rô”, no Instagram, com Rodrigo Quilelli, e indiquei uma leitura extraordinária, enfatizo, extraordinária, de nome ‘Mulheres que Correm com os Lobos, de Clarissa Pinkola Estés, onde se enxerga, aprende, reforça a necessidade da nossa conexão. Conexão de mulheres!
Que venha CIRANDA DE AMOR! Na verdade, já veio, que esteja entre nós. Que se faça presente em minha, em nossas vidas, esta resposta que estava em mim, denominada, CIRANDA DE AMOR.