Estive pensando a respeito das decisões nas quais tomamos diariamente. Quanto menor a idade se tiver, menor as escolhas que se tem que fazer. Conforme crescemos, a responsabilidade também cresce. Quando se é pequeno, sua escolha diária do que vai fazer no dia: brincar, dormir ou mexer no celular ou no computador. Elas são bem limitadas e fáceis de se decidir Quando se cresce, deve-se escolher qual conta pagar (porque talvez não tenha dinheiro para todas elas), quais problemas resolverá ao longo do dia, trabalhar, cuidar de casa, escolher se estuda ou dorme, dentre outras coisas. Ser crescido exige uma série de apurações diárias bem como uma boa administração do tempo, que é fundamental para se resolver tudo em tempo hábil (e recorde).
Ao contrário do que se pensa, tomar decisões não é uma coisa fácil. Para compor uma decisão, temos alguns fatores importantes: a situação, as opções e as escolhas. A situação, normalmente, é problemática, por isso, necessita de uma solução, que, por sua vez, é resultante de uma decisão. As opções são as possibilidades que o problema pode ser resolvido. As escolhas são os apontamentos das preferências de ações a partir das opções, ou seja, nesse momento se decidirá como agir.
Muitas vezes ficamos tão atolados de coisas para fazer e temos que demonstrar a todo momento as nossas opiniões e aspirações que deixamos muitas coisas passar. Isso quer dizer que, coisas que poderiam ser escolhidas com calma, são como uma avalanche no nosso tempo. Essas são decisões que temos tomado em tempo recorde, também conhecido como o famoso “tanto faz”. Os caminhos escolhidos podem ser irrelevantes e não nos afetar, da mesma forma que “deixar passar” uma coisa ou outra pode trazer consequências bem significativas em situações futuras. Portanto, o deixar o outro escolher por você pode ser tão letal quanto escolher a opção que falhará, da mesma forma que pode não dar em nada.
Dizem que nunca temos só as opções que nos são mostradas. Tem escolhas que se a situação for bem analisada, poderá se identificar uma outra possível solução. Eu acredito nisso, mas sei bem que às vezes não precisamos escolher. Exatamente, nem sempre precisamos nos matar para decidir. Tem coisas que não é só porque as opções são reais que se deve optar por alguma delas. Opção e escolha não são necessariamente interdependentes. Pensando nos heróis dos cinemas, não é porque tenho Batman e Superman (ou Capitão América e Homem de Ferro) que eu tenho que escolher um lado. Posso gostar de um, ou do outro, ou dos dois, ou de nenhum. Que seja! Quero chegar no ponto de que não precisamos escolher sempre.
Vamos pensar em um casamento: um homem pode amar sua esposa e cuidar dela, ele pode “amar” sua esposa e trair ela, ele pode não amar sua esposa e continuar com ela, ele pode não amá-la e não querer conviver com ela. São muitas as opções. Mas uma situação que não precisa de ser escolhida é agredir ou não uma mulher. Teoricamente o homem é mais forte do que a mulher, mas isso não significa que ele tem que levantar a mão pra ela. Essa é uma opção que existe, mas quem disse que ele precisa escolher agredi-la?
Assim também é no trabalho. Se você tem a possibilidade de crescimento na sua empresa, não quer dizer que você tem subir em cima dos outros para crescer. Esse pode ser o caminho mais fácil, mas antes de pensar no que você pode conquistar, pense em quem você vai afetar com sua decisão. Você tem a escolha de humilhar alguém ou trapacear para crescer profissionalmente, mas você não precisa optar por isso. – “Ah, mas não tenho outra opção!” – Então simplesmente não opte por nada!
Temos que aprender que nem sempre as nossas escolhas precisam ser tomadas de imediato. Novas possibilidades podem surgir num futuro próximo. Ter opções e o poder de decisão é acima de tudo saber quando agir ou quando esperar, é saber ponderar entre o que é bom pra mim e o nível de influência que terá no seu próximo. A vida em sociedade é assim, é estar pensar além de você, olhar para as pessoas que te cercam.
Nós temos duas opções: escolher basear nossas escolhas no nosso umbigo somente ou decidir pensando no outro também. Mas você pode querer não escolher nenhuma das duas. Na real? Não precisa!