A Guia Prática de Estratégias e Táticas para a Segurança Digital Feminista é a base da campanha que a Universidade Livre Feminista, o CFEMEA – Centro Feminista de Estudos e Assessoria, Marialab e Blogueiras Negras e SOS Corpo – Instituto Feminsita para a Democracia construíram para dialogar com mulheres, especialmente as ativistas, e coletivos feministas sobre segurança digital. A campanha lançada juntamente com a Guia durante o 14o Encontro Feminista da América Latina e Caribe (EFLAC), em Montevidéu, no dia 24 de novembro, às 16h, faz parte das discussões levantadas por essas parceiras – desde 2016 – sobre segurança de ativistas, autocuidado e proteção na rede.
Como reação a nossa crescente ocupação do ambiente digital, ativistas e coletivos feministas que se destacam por sua atuação na internet também passaram a sofrer com a vigilância e diversas manifestações de violência. Nós, mulheres, estamos sujeitas a diversos tipos de violências e na internet não é diferente. Nas ruas, em casa, no trabalho, nos movimentos, nossos corpos são alvo de assédio, estupro, racismo, lesbofobia, transfobia e criminalização. Apesar da ocupação desse espaço pelos feminismos, ainda discutimos pouco as violências a que estamos sujeitas nele e que vêm se intensificando cada vez mais.
Porém, pouco se faz para deixar o território digital um ambiente menos misógino e racista. As agressões são inúmeras e sistemáticas e tendem a ser banalizadas, pouco visibilizadas ou reconhecidas. Neste sentido, evidenciar essas violências e entender como nos defender é um dos primeiros passos para criarmos um ambiente digital mais seguro para as militantes feministas. A ideia da campanha é provocar o debate sobre mudança de comportamento no espaço virtual e no uso de ferramentas e dispositivos que acessam a internet.
Entre as prioridades da nossa discussão e campanha de segurança digital feminista estão:
● Provocar o debate sobre a importância de um comportamento seguro em relação à internet junto a feministas que atuam de forma individualizada na rede e/ou militantes de coletivos e movimentos organizados;
● Dialogar sobre métodos de proteção e segurança na utilização de celulares e smartphones, que reúnem diversas informações pessoais e de militância que precisam ser resguardadas para a segurança pessoa de ativistas ou militantes feministas assim como dos coletivos de que participam.
Além da disponibilização da Guia na página da Universidade Livre Feminista, Blogueiras Negras e de suas parceiras, foram criadas mini-cartilhas (impressas e digitais) sobre estas duas abordagens, além de pequenas peças para serem distribuídas em canais específicos: orientações sobre utilização de celulares podem ser veiculadas através das redes sociais e vice-versa. A ideia é que os materiais impressos sejam utilizados e distribuídos nas diversas ações presenciais de que participamos e que colaborarem para um debate permanente sobre a segurança digital entre nós, mulheres, ativistas e militantes feministas.
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