Áudio exclusivo de conversa com Nanda Monteiro. Edição e parceria Rádio Aconchego. Dá o play! #CoronaVirusNasPeriferias
Essa semana de isolamento, decidimos aqui em casa nos alienar e na busca de um filme, paramos em Inferno, inspirado no livro do criticado [para o bem e para o mal] escritor branco norte americano Dan Brown. Acreditando que o filme traria zero reflexão sobre a atualidade, fomos subitamente surpreendidas pelas falas iniciais:
“A população da Terra levou 100.000 anos para chegar a 1 bilhão de pessoas. E então, apenas, mais 100 para chegar a 2 bilhões. E só 50 anos para duplicar novamente (…) Estamos destruindo os próprios recursos que sustentam a vida.”
“Todos os problemas globais que assolam a Terra, podem ter origem na superpopulação humana. Porque exigimos inércia? Nós desmatamos. Nós poluímos. Nós consumimos. Nós destruímos (…) É preciso uma catástrofe para aprendermos nossa lição?”
Pra quem conhece as obras do boy Brown, sabe que a trama se desenvolverá com descobertas, enigmas e muita ação. Mas para quem nunca, destaco que ele coloca em pauta crenças, símbolos e a própria criptografia em diferentes livros e filmes. Nesse Inferno, o que me surpreendeu foi justamente a ligação da ficção com a realidade nesse momento, uma espécie de conspiração da elite do mundo para um conceito que tem sido levantado: depopulação!
Claro que demoraria muito explicar o que essa teoria significa, mas com a crise de Covid19, isolamentos, mortes e especulações sobre um novo futuro, especialistas, filósofos, biólogos e diferentes pensadores começaram a dizer que, na verdade, havia uma previsão de que isso aconteceria para que o mundo freasse e assim o “equilíbrio” do planeta fosse ativado. Conspiração? Tem rolado na rede vídeos de Bill Gates num Tedx falando sobre isso, especulações sobre sua fundação em parcerias com as agências internacionais e bancos para criação de vacinas e sobretudo: razões e embasamentos científicas para justificar violação de direitos e armazenamento de dados.
Teoria da conspiração, ou não, temos presenciado reportagens das mais diversas sobre como empresas e governos tem utilizado tecnologias de rastreamento para controlar a saída das pessoas e evitar o espalhamento da nova doença. Conversas sobre privacidade, recolhimento de dados em massa, vazamento de informações de aplicativos de videoconferência tem permeado nosso dia a dia e causado ainda mais ansiedade e stress na lida com nossos trabalhos. Aplicativos de EAD que não garantem privacidade, lives milionárias em ferramentas de streaming e doações duvidosas de empresas de tecnologia como o Facebook que nunca deram a mínima para privacidade ou qualquer assunto que envolva direitos digitais.
No final, o que era um filme pra alienar, virou um novo elemento de investigação e pesquisa. E a partir dele, chegamos na entrevista do brancão mais amado da antivigilância: Snowden! Em entrevista a Vice, ele fala sobre os perigos da crise para o campo da tecnologia, aponta a responsabilidade dos governos que já sabiam da possibilidade de uma pandemia e coloca na conta da elite [branca!] o dever de repensar os modelos econômicos que imprimem a urgência como modo de vida. Nada que a gente não soubesse, óbvio, mas quando é falado por um boy com cara de nerd numa atmosfera ultrasecreta, fica mais alarmante!
O fato é que, como mulheres negras que vivem tecnologia mesmo antes da pandemia, estamos igualmente preocupadas, mas também querendo apontar novos caminhos e futuros. É o que traz a nossa conversa com Nanda Monteiro, nesse podcast aí em cima. Vale a pena conferir e ficar por dentro dos nossos pensamentos, perspectivas e cenários dentro desse campo, que tem atualmente tomado a atenção de muitas de nós – seja através dos filmes, seja por necessidade prática.
Esperamos que vocês gostem e interajam.
Ficha técnica | parceria e edição: Rádio Aconchego
Entrevistadora: Larissa Santiago
Trilha Sonora: Água, de Baiana System