Chega nêgo, vem cá, vem?
Eu tô te convidando a me conhecer
Eu te avisei das minhas cicatrizes e te disse das minhas feridas abertas
Eu tô cuidando delas viu? Eu não quero sangrar em cima de ti
Mas vem. Você pode sentir medo, eu também sinto.
Não deveríamos de sentir?
Enquanto tu tira a minha roupa, eu te mostro minha alma nua
Crua e quente.
Vem meu dengo, me dê um cheiro, me abraça forte.
Mas me solta! Não me sufoca!
Me deixa livre que eu sou pássaro e não gosto de gaiola
Feito semente eu cresço quando tu me deixas molhada
Mas se quando floresço, tu me arrancas… eu morro!
Se tu me amas deixa- me livre, deixa-me ser eu mesma.
Eu te convido a me conhecer profundamente
Se você não gostar pode ir, tu e eu ficaremos bem meu bem
Mas vem cá e diz no meu ouvido que sou tua preta
No entanto, saibas que eu só pertenço a mim e tu pertences somente a ti
A quem mais deveríamos de pertencer?
Se escolhemos um ao outro é por que tivemos liberdade
O amor só é feliz assim, livre, leve, solto.
Liberdade, amor
Amor livre.
Inaiana Gama
25/04/2019
Imagem destacada – arquivo pessoal