2012
Temos em nossa origem a Blogagem Coletiva Mulher Negra cujo objetivo foi a aproximação de discussões acerca do Dia da Consciência Negra e do Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher. O sucesso do projeto revelou não somente a existência de um grupo de blogueiras negras e afrodescendentes escrevendo muito bem e muito; mas também a necessidade de criarmos espaços de visibilidade para produção tão significativa.
2013
Criamos o nosso próprio repositório webblog “blogueirasnegras.org” e iniciamos nossa produção de textos com muitas mulheres negras nos diferentes estados do Brasil. Nesse ano, decidimos instituir as famosas “categorias”, que separavam os textos das mulheres por assunto e assim conseguimos visibilizar temas como parto humanizado no SUS, cabelo, estética e movimentos negros, além de editoriais arrebatadores como foi o caso do Trabalho doméstico: ‘Ela é da família’ não é amor, é navalha na carne.
2014
Esse foi o ano em que nos comprometemos politicamente com o movimento de mulheres negras: as Pretas Candangas haviam publicado em 2013 uma carta aberta à Marcha das Vadias do Estado, nós a repercutimos e, entendo as diferenças locais e de construção política, passamos a integrar a construção da Marcha no Recife. Fomos ao 13º EFLAC para uma cobertura colaborativa com as Blogueiras Feministas e o CFemea. Esse também foi o ano do nosso II Encontrinho presencial em São Paulo, além de produzirmos as campanhas “Não Me Vejo, Não Compro” e “Não Sigo A Folha. #COTASIM”.
2015
O ano da Marcha de Mulheres Negras foi também o ano em que aprofundamos nossas relações políticas e acompanhamos o surgimento de muitos coletivos, grupos e organizações de mulheres negras. Foi também o ano em que os textos refletiram o grande número de violências e perseguições religiosas, contra terreiros, casas de candomblé e umbanda, jurema e outras religiões de matriz africana. 2015 foi também o ano em que lançamos o Blogueiras Negras Teen.
2016
Pela primeira vez, em 2016 o site foi personalizado: no Mês da Visibilidade Trans, demos destaques a todos os textos escritos no blog que tinham como foco as mulheres negras trans e travestis. Lançamos a coluna Pedagogia da Travestilidade escrita por Maria Clara Araújo e visibilizamos também o site Transfeminismo.com na nossa página principal. Construímos uma campanha contra a violência doméstica, a #GritePorElas. Participamos do Encontro da Awid e do Fórum Feminismos Negros na Costa do Sauípe, na Bahia. Foi nesse ano que recebemos nosso primeiro apoio do Fundo Elas e realizamos o I Encontrão Blogueiras Negras, no Museu da Abolição, em Recife.
2017
5 anos depois da Lei de Cotas Raciais, nosso site recebia um grande volume de textos sobre mulheres negras e academia. Mudamos nossa marca, desenhada e pensada em parceria com a AIC Comunicação, melhoramos nosso layout, e demos visibilidade à notícias sobre a FLIP (Feira Literária de Paraty), que somente neste ano, havia pensado numa programação mais negra. Nos juntamos às jovens negras de vários estados brasileiros e realizamos o II Encontro de Negras Jovens Feministas, que culminou na criação a ANJF (Articulação de Negras Jovens Feministas). E pra celebrar a coletividade, pela primeira vez, nossa famosa lista #25WebNegras reverenciou grupos, projetos, coletivos e organizações de mulheres negras do Brasil.
2018
Estávamos felizes, pois celebrávamos o lançamento da Guia Prática de Cuidados Digitais e havíamos iniciado a ampliar as discussões sobre tecnologia e cuidados para dentro dos movimentos de mulheres negras. Enquanto atuávamos em Rede na participação do Fórum Social Mundial em Salvador, recebemos a notícia do assassinato de Marielle Franco. 2018 foi o ano em que convocamos junto com autora Ketty Valêncio a campanha “300 Vozes Por Marielle Franco” a fim de guardar a memória e o legado da vereadora a partir da escrita de mulheres negras. Trocamos o verbo luto por luta e ampliamos nossa atuação, compondo a ARMAAD, quando fomoss eleitas enlaces no Fórum de Cali, Colômbia.
2019
Depois de um ano difícil e com um longo período em que ficamos em manutenção, voltamos a atividade participando e um encontro entre feministas ciberativistas da Europa, África e América Latina, o #cyberfemMad, na Espanha. Foi um ano decisivo para as Blogueiras Negras, onde instituímos o tema “Autonomia e Memória” como o direcionamento filosófico e prático, que direcionaria nossas ações nos próximos anos. Foi também o ano em que os textos falaram mais sobre feminismo negro e seus princípios.
2020
Esse ano mudaria para sempre a trajetória de BN! A partir de uma decisão coletiva, concorremos ao Edital do Programa Marielle Franco do Fundo Baobá e recebemos o apoio institucional do Ibirapitanga e, a partir destes apoios, conseguimos planejar os rumos do que viríamos a ser: uma organização de mulheres negras! Em 2020, passamos a produzir nossas próprias imagens, criamos nosso boletim online, criamos o “café das quartas” onde comentávamos sobre o assunto do momento e foi exatamente neste momento que conseguimos aumentar nossa equipe e expandir nossa capacidade de produção. O ano da pandemia foi também o ano de muitas perdas, do medo e do isolamento social: decidimos produzir o podcast #CoronaVírusNasPeriferias para ouvir e visibilizar as ações das mulheres negras nas favelas naquele momento.
2021
No ano em que completamos 9 anos, decidimos celebrar o legado das mulheres negras nos diferentes campos: criamos o #BNCast apresentando o legado das mulheres negras na comunicação, com o apoio da Fundação Henrich Boll; realizamos a série #BNLives com várias conversas sobre política, corpo, tecnologia e passamos também a ser procuradas por coletivos, grupos e organizações de mulheres negras para oficinas sobre cuidados digitais.
2022
O Brasil acabava de completar mais de meio milhão de mortos pela Covid19 e, apesar de estarmos no meio de um governo nefasto, continuamos. Lançamos de maneira independente nossa publicação “9 anos registrando mulheres negras” onde selecionamos um texto por ano, segundo critérios políticos. Em parceria com a Terra de Direitos, participamos do projeto Percurso de Lutas – a situação dos migrantes no Brasil e nos aproximamos deste debate de maneira substancial. Nesse ano também decidimos destacar nas #25WebNegras as tradições de matriz africana que vinham sofrendo ataques sistemáticos.