A pele negra exposta ao sol é um assunto do qual quase nunca falamos. Cotidianamente lidamos com essa situação sem nem pensar do que estamos fazendo, justamente porque a correria da vida, sair de casa sem nem comer é tão comum quanto, por exemplo, esquecer que existe um astro que brilha no céu – o sol! Ignorá-lo é nossa rotina, e como nós mesmas sabemos, os mitos e estereótipos sobre a nossa pele produziram crenças tão absurdas, das quais a gente até duvida se disserem o contrário.
Quem foi que inventou que a pele negra é mais resistente?
Para nós, mulheres negras, que ainda estamos na margem da margem, o cuidado tem sido historicamente negligenciado porque passamos a acreditar em teorias racistas sobre resistência, força que atuaram e ainda atuam no campo do simbólico e da vida prática. Quem de nós não aprendeu que negros não precisam usar filtro solar? O que somos fortes fisicamente e aguentamos mais a dor e por isso é balela lidar com essas questões?
Para a mulher preta, esteja ela observando o mundo de qualquer posição, nas suas diversas particularidades, tocar a própria pele e ter a possibilidade de ser nutrida pelo sol significa ser extremamente política a partir da ótica do pertencimento racial, do racismo que diz que somos mais resistentes à dor e ao sol. Quem não precisamos de cuidado enfim.
Muitas de nós precisamos lembrar, para além de qualquer cuidado, levamos nossas vidas em baixo desse mesmo sol, pela necessidade de ganhar o pão, pela falta de informação e acesso. Outras, por conta da necessidade imposta de se tornar o mais branco possível, evitam esse mesmo sol que castiga, mas que também pode ser carinho.
Você precisará estar disponível não apenas física mas sobretudo psicologicamente para si quando o assunto é pele negra ao sol. Saber entender muito bem qual é o limite entre o cuidado e o abuso. Por exemplo, a exposição adequada ao sol ajuda a evitar a carência de vitamina D, que pode ser extremamente prejudicial. Mas, ao mesmo tempo, expostas por durante muito tempo e sem proteção, a pele negra pode, sim, sofrer danos irreversíveis.
O prazer do momento, sim, o prazer de se mostrar e colocar sua pele exposta aos vários cenários possíveis diante de uma exposição – seja ao sol ou ao racismo, requer que tomemos alguns cuidados. Alimentar- se bem, dormir bem, estar preparada psicologicamente – nosso desejo e sonho real – compõem o auto cuidado e atenção com a nossa pele e nossa presença constante no mundo.
Tenha sempre o cuidado de proteger a pele com especial atenção para as áreas que geralmente são ignoradas (orelhas, canelas, lombar). É importante que nesse processo em que o racismo acusa nossa pele de ser extremamente forte e resistente, que a gente não entre na jogada metafórica e esqueça de que também precisamos de cuidados mais que especiais.
Médicos não recomendam uso de óleos e outros derivados para exposição ao sol. A proteção com filtro solar não deve ser exclusividade de gente branca. Para o pós, hidratantes, óleos aromáticos e cremes também são bons. Recomendamos também o uso do Bepantol® Derma Creme ou Spray para os lugares que precisam de hidratação como onde houve exagero na exposição, rosto, pernas e braços. A gente sempre esquece que esses lugares, os mais visíveis também precisam ser os mais acarinhados e cuidados, afinal, a gente tá sempre colocando a cara no sol! Pode até parecer superficialidade, mas quando a gente usa essas coisas e passa a pensar mais no cuidado da pele preta, a metáfora do racismo tende a parecer um pouco mais leve.
Nesse sentido, pensar no tratamento da pele, no cuidado e proteção para além daqueles estereótipos que nos foram impostos é trabalhar nossa autonomia de mulher negra, refletindo e agindo baseadas no auto cuidado, pauta que tem sido tão mencionada e tão pouco praticada. Falar de como nossa pele tem sido exposta e de como os discursos de força, fortaleza e resistência são danosos para nossa saúde, tanto física quanto psicológica é relocar e reelaborar narrativas e ações práticas de auto defesa e respiro para a luta. É repensar as imposições da sociedade, sobre ter pele da cor do pecado, sobre resistir aos impactos do sol e todas as outras violências as quais estamos submetidas quando o assunto é mulher negra.
Que a pauta do autocuidado se faça presente e seja uma prática constante e que as metáforas racistas que circulam o imaginário sobre a mulher negra e sua pele sejam diluídas por meio das nossas pequenas ações de cuidados diários conosco.
*Autora: Larissa Santiago
Este texto é patrocinado por Bepantol® Derma. A marca respeita as diversas opiniões e acredita que desta forma se constrói uma sociedade mais consciente e igualitária. | L.BR.MKT.08.2017.8386