Ouça o primeiro episódio da segunda temporada do BNcast, uma conversa com Vera Daisy Barcellos, jornalista diplomada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1971, atual presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS) e Jornalista e Produtora executiva do Grupo Puro Asthral. Dá o play.! #BNcast
Realização – Blogueiras Negras e Rádio Aconchego e Coletivo Cabelaço.
Apoio – Fundação Heinrich Böll.
Querida Vera Daisy Barcellos,
Obrigada por aceitar o nosso convite para participar dessa empreitada que é a segunda temporada do BNcast.
Certamente esse momento é uma “síntese muito rápida” para os 72 anos de uma vida que hoje celebramos. Para nós, aquelas que nos colocamos aos seus pés para ouvir, é uma janela preciosa para um mundo que não chegamos a conhecer ou podemos revisitar através de suas palavras.
Temos conversado com você sobre os caminhos que nos trouxeram até aqui, momentos de muita alegria, preciso dizer. Nossa missão tem sido de alcançar o legado da comunicação no movimento de mulheres negras. E temos nos perguntado de que maneira e com quais objetivos estamos comunicando.
Para nós Blogueiras Negras, esses diálogos são oportunidades únicas de inflexão e reflexão sobre nossos modos de pensar e fazer na coletividade. Tanto como anônimas que somos. Quanto como parte de uma constelação de mulheres que orienta seu olhar rumo a tantas outras. E aqui aproveito para agradecer a todas as organizações e pessoas que se dedicaram a esse projeto.
Somos muitas nas múltiplas dimensões do espaço, tempo e transcendências. Entretanto, não podemos deixar de falar sobre a gratidão por conversar com mulheres como você, inclusive por termos demorado tanto. Aquelas chegaram antes de nós e generosamente acolheram nosso desejo de compreender o que isso significa.
Temos falado que nossos passos vêm de longe. Com sorte e prudência, somente o passar do tempo nos fará entender a profundidade dessa afirmação. Caminhamos junto com o movimento de mulheres negras sobre uma estrada pavimentada há muito e ouvir você é um poético e político exercício de olhar para nosso Agora. Um alerta para nossa própria responsabilidade diante desse Legado e para com as possibilidades de construirmos novas rotas de fuga.
Um exercício que não vem desprovido de sentido. Ouvir você falar sobre suas ousadias sempre é muito emocionante. Desde a mais pequenina infância até a decisão de afrontar a ideia de que mulheres negras precisam apenas ler e contar. Passando por assinar a Revista Tição, sendo responsável ainda muito jovem pela comunicação preta diante do aparato da ditadura. Entre tantas outras.
Esperamos ter o privilégio de ouvir você mais vezes, sempre.
E desde agora toda reverência à data que se aproxima, seus 50 anos de sua dedicação à comunicação.