Por Larissa Januário para as Blogueiras Negras
É, junho se foi e com ele todo clima de festas juninas. Isso me deixa um pouco triste, confesso. Amo as comidas juninas e gostaria de saboreá-las o ano todo ou, pelo menos, por todo o inverno.
Por isso, quando a Charô me convidou para a postagem, logo imaginei uma receitinha bem rica, com roupa caipira e raízes negras. Assim, como eu.
Nada justo que um bom mungunzá. Mais conhecido aqui no sudeste como canjica, é um prato de origem africana que tem como base milho branco cozido em leite e coco.
Também chamado de mucunzá, faz parte das comidas de santo que permeia diversos rituais religiosos tanto na umbanda quanto no candomblé. A origem do nome vem do quimbundo (uma das línguas bantus, da Angola), mu’kunza (mucunza), que significa milho cozido.
No Brasil, a receita é saboreada de norte a sul. Desde o período pré-colonial os índios já cozinhavam milho até obter uma papa para comer. Com a chegada dos portugueses e seus rituais católicos, a canjica foi incorporada aos festejos dos santos juninos. A soma dos negros só fortaleceu o hábito de comer tal prato por aqui.
A minha versão, apesar de também levar coco e amendoim, é salgada como em diversas regiões da África. Para dar ainda mais corpo, incluí frango e finalizei com milho tostado e chips de quiabo. Ficou uma delícia. Ideal para as noites frias do inverno. Vamos à receita do Mungunzá com Frango, Coco, Amendoim e Chips de Quiabo.
Ingredientes
1 xícara de chá de milho de canjica branca
1/2 colher de chá de sal
1 pimenta de bode (ou de cheiro ou biquinho)
2 dentes de alho amassados
1 e ½ cebola picadinha
1 cenoura
1 talo de salsão
Talos de salsinha
200g de frango desfiado (ou 1 frango inteiro pequeno)
1 colher de sopa de manteiga
1 vidro de leite de coco
½ xícara de chá amendoim torrado e sem casca
1 colher de sopa de coentro picado a gosto
Coentro fresco a gosto
Preparo
Começa pelo frango (Caso use frango já desfiado, pule esta etapa). Corte a cenoura e o salsão em cubos grandes e refogue na panela de pressão com uma cebola também cortada grosseiramente. Deixe refogar por uns 10 minutos. Junte o frango inteiro e deixe dourar todos os lados. Cubra com água, tampe a panela e deixe cozinhar por 10 minutos a partir do momento que pegar pressão. Desligue o fogo e deixe perder a pressão.
Retire o frango, reserve o caldo do cozimento e desfie o frango. Reserve.
Na panela de pressão faça um refogado com a cebola, o alho e a pimenta. Coloque um pouco de sal e junte a canjica. Refogue dois minutos, cubra com um pouco de caldo de frango, água e leite de coco. Deixe cozinhar por 10 minutos contados do momento da pressão.
Desligue, deixe perder a pressão, abra junte o frango desfiado (1 xícara basta), o amendoim, o coentro e acerte o sal. Reserve. Toste os grão de milho em azeite bem quente. Reserve. Em uma frigideira antiaderente coloque o quiabo cortado em fatias finas ate dourarem. Coloque a canjica em cumbucas individuais e finalize com o milho e o quiabo chips.
DICA: o caldo do cozimento do frango é muito rico em colágeno e proteínas. O ideal é congelar a sobra em pequenas porções e usá-las em sopas, molhos e arroz para substituir o caldo industrializado.
Escrever profissionalmente sobre comida me proporciona a chance de estudar e aprender ainda mais sobre o tema. Por isso, também vou usar esse espaço para contar histórias bacanas que eu tive e terei a oportunidade de apurar e experimentar pelas cozinhas da vida. Sirvam-se!
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