Às vezes eu olho pela janela.
A janela da alma.
Eu me pergunto onde está minha alegria.
O que eu fiz para me perder tanto.
Eu olho ali, no intimo do escuro.
E vou rasgando cada parte de mim.
Para me caber em meus amores.
Amores paternos.
Amores maternos.
Amores…
Olho os olhos de minha mãe e sinto seu amor profundo.
Mas sou incapaz de lhe dar a vida.
Olho os olhos de pessoas que querem o meu mal, que propagam o mal.
E sinto vontade de refazer uma nova camada.
Uma camada profunda.
Eu sigo me rasgando tanto.
Me reconstruindo tanto.
Estou me perdendo.
Perdendo-me.
Deus!
Eu me quero de volta.
Quero não sentir culpa.
Quero ver meus caminhos.
Pisar nessa brasa terra sem sangrar.
Olhar no fundo latente.
Queria me rasgar de amor.
Mas sou humana.
E tenho que aceitar isso.
Minibiografia.
Roberta Paulino, 22 anos. Estudante de Serviço Social, apaixonada pela justiça social unida ao conhecimento. Sou ventania e intensidade.
Imagem destacada: Nappy