Um encontro que possibilitou encruzilhadas, que abriu caminhos para mais encontros.

Esse é um pouco do sentimento que experimentei entre os dias 07 e 11 de junho, no Diálogo Mulheres em Movimento, promovido pelo Fundo Elas+. Fomos muitas, muites e muitos. Uma multidão que se fez comunidade. Que deságua. Que grita. Se zanga. Que canta e dança. Que tinha tanta emoção em nossos peitos.

O tema do encontro diz muito do que fizemos: Construindo Alianças, Tecendo Caminhos. Foi no dia a dia do encontro que construímos caminhos e alianças, no café da manhã, durante as nossas discussões e falas, nas pausas, nos choros e nos abraços, sobretudo nos abraços. Foram nos pequenos e grandes momentos que fizemos o que é fundamental para cada pessoa presente no evento: criar saídas e estratégias coletivas para enfrentar tudo aquilo que quer nos violentar e matar. Ali aprendemos que juntas, juntes e juntos nos tornamos fortes.

No meio de tantos relatos de dor e violência e rezas em forma de canto e esperança, conseguimos criar alguns espaços de cura e de escuta. O que podemos fazer diante disso? Parecia ser a pergunta que insistia no nosso peito e talvez por isso nos abraçamos tanto.

O cuidado é um exercício diário e que nunca pode parar. Num mundo patriarcal, racista, cis-heternormativo, capacitista e putafobico o que nos resta é saber como se defender dessas lógicas capitalistas neoliberais que nos fazem acreditar que cuidar de si é se isolar. Enfrentamos essa lógica de forma coletiva, a prática do cuidado acontece quando estamos em comunidade, cuidando de si enquanto cuidamos das outras pessoas.