Você me pergunta se vou dizer que você é racista, me responda você!
Racismo não é polêmica, muito menos rancor ou falta de humor. Mais que ninguém, que se pensa um defensor dos direitos de seus pares negros e portanto um aliado na luta contra o racismo, deveria saber disso. Deveria saber também que cogitar tal hipótese e ainda enumerar amigos negros para se defender, é viver num mundo tal de privilégio onde se pode rebater a crítica dizendo que as vozes de mulheres negras são apenas controvérsia, ou fazer um grande esforço para esconder o próprio racismo. Quem sabe os dois.
Ah! Branco, dá um tempo! Você diz que “dói” ver luta de seus colegas negros, menosprezados e invisibilizados por sua cor. No caso da mulher negra, tudo se agrava. Você certamente tem ciência das recentes e tristes notícias sobre Neuza Borges, uma das maiores atrizes que temos, mas que por seu lugar de mulher negra não encontra lugar na televisão brasileira. Vive na carne a falta da carne em seu prato porque a próxima novela não acontecerá tão cedo. Vai depender da “boa vontade” de alguém, não do seu talento.
Você me pergunta se o problema é o sexo ou “as nega”, querendo desacreditar nossas críticas fundamentadas não em pré-julgamento, mas em fatos veiculados na mídia. Notícias essas que agora dão conta que de repente a Globo, antes tão entusiasmada com seu projeto, parece que já não está tão feliz assim. Você argumenta que se trata de uma prosódia pura e simplesmente. Alega que o título da série veio de uma mulher negra. Aliás, me pergunto se essa mesma mulher recebeu os devidos créditos e bufunfa por sua colaboração já que foi descrita por você como nada mais que um estereótipo, alguém que não merece nome, muito menos sobrenome.
Não tem problema branco, vou enegrecer tudo novamente.
As negas, volto a explicar, não é uma questão de prosódia.
Tal expressão transforma o corpo da mulher negra em peça, como eram chamados os escravizados, a ser consumida por uma sociedade racista. Nos coloca no lugar de mercadoria de segunda mão que não receberá o mesmo tratamento da carne branca e delicada, aquela que não é “suas nêga”. A expressão é embuída não apenas de pensamento escravocrata, mas também de machismo, cujas consequências sentimos na pele por sermos mulheres negras. Trata-se portanto de uma dupla violência que categoriza mulheres de acordo com sua cor de pele, qualidade que determinará qual o valor e o lugar que têm.
Ainda sobre o nome da série, temo que muitas pessoas não saibam a diferença entre um adjetivo racista e um adjetivo comum. Na Bahia, nego e nega tem conotações diferentes das que tem em Recife, por exemplo. E dependendo do uso da frase, do tom com que se fala, de quem recebe e de quem envia a mensagem, você ofende ou elogia. No entanto, a construção “não sou tuas nega” não permite outro significado possível que não o racismo num contexto hediondo de 350 anos de escravização. E se alguém perpetua adjetivo racista, que nome isso deve ter? Ah! Branco, me diga você!
Sua idéia, aos olhos poucos atentos ou interessados apenas em gerar lucro, pode até parecer de grande monta. Porém, está longe de gerar visibilidade ou dignidade. Aliás, exatamente o contrário. Como quase sempre acontece com literatura e dramaturgia feita por brancos sobre negros, nos trata como simples objeto de estudo, algo que pode ser manipulado e observado justamente como você faz, nos ensina a professora Lígia Fonseca Ferreira. Nada mais é que negrismo e não negritude, como tem insistido o escritor e jornalista Oswaldo de Camargo.
Sim, estou dizendo com todas as letras que quem deve escrever para o negro e pelo negro deve ser ele mesmo, não uma pessoa branca. Chame isso de racismo reverso se quiser. Para gente o nome disso é visibilidade, esta sim capaz de nos ter algum benefício, com poderes para mudar o modo como seremos retratadas na próxima novela, na próxima minissérie. Sem isso, nada mudará, seguiremos sendo uma sociedade estruturalmente racista e machista onde a mulher negra nada mais é que um estereótipo para racista se divertir ou entreter.
Uma sociedade em que nós, mulheres negras, não somos protagonistas nem mesmo num seriado a quem damos o nome. Sim, as notícias têm mudado, mas as primeiras davam conta de uma branca como a atriz principal. Ela que, atrás de um balcão de bar, vai nos observar como animais num zoológico, ela quem fala em nosso lugar. Nossa história, sofrimento e capacidade de discursar sobre nós mesmas são meros detalhes. A narradora da trama, nesse caso narrador, é alguém isento desse mesmo sofrimento. Não é bobagem, nem caretice, nem ditadura do politicamente correto como alguns vão afirmar. É critica e zelo por nossa memória e existência.
Você argumenta que “um programa que refletisse um pouco a dura vida daquelas pessoas, além de empregar e trazer para o protagonismo mais atores negros” seria desejável. E na verdade seria mesmo. Desde que escrito, produzido e protagonizado por negros. Não por alguém que nem se deu ao trabalho de creditar a mulher negra que deu o título à série. Esse detalhe é causa e ao mesmo tempo consequência de todos os outros: a fetichização de nossa sexualidade e corpos, a ênfase nos estereótipos, a violência simbólica que a série representa.
Como pretender que nos desumanizar é visibilidade? Desde quando nos tratar como a carne mais barata do mercado como canta Elza, a Soares, é ser aliado? Ah! Branco, dá um tempo! Suas palavras apenas enfatizaram suas intenções, a cada parágrafo tivemos a certeza de que nossas críticas são fundamentais e muito bem fundamentadas, por isso incomodam tanto. Seguiremos denunciando o racismo e o machismo daqueles que se fiam no privilégio para destilar veneno e cometer tais violências contra a mulher negra.
Isso não é sobre sexo. É sobre denunciar um sistema perverso que exclui as mulheres negras de todas as esferas e nos torna menos que humanas. Sistema esse que também incide sobre o homem negro, alvo primeiro e preferencial da violência policial e da hipersexualização do seu corpo: o “homem do pau grande” é resultado da brutal animalização do corpo negro, sempre pronto pro sexo. Onde está a crítica desse sistema na televisão brasileira? De certo não está em seu seriado, muito menos em sua fala.
Repudiamos suas palavras porque fomos estupradas nas senzalas e continuamos a ser na dramaturgia feita por brancos sobre nós através de imagens estereotipadas em seriados, novelas e minisséries. Esse é um dos mecanismos que a aliança entre o racismo usa para se perpetuar: hipersexualizando a mulher negra que se torna desprezível para outros papéis sociais. Você fala da mulata quente, gostosa, fogosa. Somos muito mais que isso. Precisamos ser mostradas como as mulheres do dia-a-dia, que trabalham, dançam, fazem festa e querem sexo sim, mas que não são apenas isso.
Não estamos aqui menosprezando nem dizendo que não somos camareiras, domésticas, cabeleireiras: também somos trabalhadoras domésticas, cuidadoras. Mas sobretudo, com as nossas conquistas e a nossa luta, galgamos lugares, posições: somos diretoras, bailarinas, advogadas, publicitárias, escritoras, professoras e médicas. Onde elas estão no seu seriado? Será que elas não moram em Cordovil? Será que elas não estão nas periferias? Duvido muito. NÃO aceitaremos mais ser caricaturas! Por isso a critica vai além do nome da série, o que por si só é deveras problemático.
Ah! Branco, dá um tempo! Nem queremos crer que você está se comparando e recorrendo a Spike Lee para credibilizar seu trabalho. Não, nos recusamos. E não é somente porque Spike Lee é preto, é porque não vemos nada, absolutamente nada de crítica racial em “Sexo e as Nega” como vemos em “Faça a coisa certa”. O gueto é paisagem, mas também é a vida, é a teia, é o sangue do autor que não está só observando e contando sua versão dos fatos: Spike Lee está no gueto, ele é o gueto. E não alguém que não é “as nega”, alguém que pretende que nosso único objetivo de vida é ter um parceiro sexual.
E por favor, respeite nossa memória e retire suas palavras ao nos chamar de capitães do mato. Não estamos perseguindo as atrizes negras desse seriado, muito menos as mulheres reais que são representadas pelas suas personagens. Quem conhece um pouquinho de história e dela faz um uso bem intencionado, sabe que existem outras versões além daquela em que fomos escravizados sem lutar, viemos sem resistência num navio negreiro. Não se faça de desentendido, quem criou capitães do mato não foram os próprios negros.
Acusar alguém de “se tornar capitão do mato” é algo muito mais complexo do que formular uma frase. É impossível que sejamos algozes de nós mesmos, isso é falácia. Retire sua fala e reflita sobre o que significa nosso boicote e critica que têm como alvo um modelo e um sistema historicamente racistas, em que nem o direito de falar, contar nossas próprias histórias e tecer criticas nós temos. Repito: isso não é uma caçada ao povo negro nem à mulher preta e pobre. É sobre o racismo enrustidamente manifesto, sem nem se sentir ou admitir.
Manifestamos profunda oposição a esse mundo, de quem bate e finge entender a dor daquele que apanha. Esse mundo onde racismo agrada, é piada pronta para gerar audiência e naturalizar o racismo. Estamos fartas do seu discurso, de programas que usam blackface, que transformam toda mulher negra em empregada doméstica ou mulata globeleza. Nossos corpos não são espaço para seu deleite, divertimento, lucro ou usufruto. Nós somos mulheres negras de pena e teclado, ciosas e autoras de nossos próprios enredos e objetivos de vida.
Ah! Branco, dá um tempo! Quem nos silencia é racista sim.
Assinam
Blogueiras Negras
Bloco das Pretas
Gorda & Sapatão
Aline Djokic
Sheu Nascimento
Djamila Ribeiro
Leila Negalaize Lz-panelladexpressão
Rede Sapatà
Coletivo Audre Lorde
Negra e lésbica
Mirt’s Sants
Mulheres Negras Capixabas – MNC
Coletivo Negrada – UFES
Mariana Costa Barbosa
Cláudia Isabele dos Santos Silva
Ginga Movimento de Mulheres Negras do Subúrbio
Blogueiras Feministas
Maria Rita Casagrande
Charô Nunes
Marjorie N. Chaves
Festival Latinidades
Xênia Mello
Hanayrá Negreiros
Vanessa Beco
Organização de Mulheres Negras Ativas
Natália Néris
Mayã Martins Correia
Luciana Maria de Almeida
Viviana Santiago
Sandra Muñoz, Movimento de Lésbicas e Mulheres Bissexuais da Bahia
Cintia Clara, Anapólis,GO
Daniela Lima
Flavia Souza, RJ
Rosalia Lemos, E’LÉÉKÒ e Doutoranda em Política Social, UFF
Flavia souza Atriz, cantora e coreografa, formada pela UFRJ, ativista e fundadora e coordenadora geral da Associação Grupo Cultural Afrolaje
Juliana Gonçalves, jornalista
Cojira/SP- Comissão dos Jornalistas pela Igualdade Racial
Thiane Neves Barros
Coletivo Flores Crew
Ofensiva Negritude
Nêgo que é Nêgo não Nega a Nêga
Rose Dayanne Santana, jornalista
Tamila Silva dos Santos
Luana Euzébia. Pedagoga, professora. cantora no grupo Memória de Mulheres Urbanas e participante do projeto Donas da Rima, DF.
Isabele Eleonora do Espírito Santo Silva, Rede Sapatà
Viviane Lira da Silva- Rede Sapatá, JP
Larissa Santiago
Daniela Lima – Coturno de Vênus Brasília
Sabrine Fortes Ulguim, historiadora – Novo Hamburgo, RS
Viviane Anibal – Grupo de Trabalho sobre Relações Raciais do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo.
Rosangela José da Silva – Administradora, dona do canal Rosajorosa
Carolina Santos B. Pinho – Professora. Doutoranda na Universidade Estadual de Campinas.
Regina Maria da Silva, Professora (Educação Básica e Ensino Superior), Pedagoga e Socióloga, Mestre em Educação: História, Política, Sociedade)
Regina Maria da Silva, Professora (Educação Básica e Ensino Superior), Pedagoga e Socióloga, Mestre em Educação: História, Política, Sociedade)
Carolina Ferreira de Souza. Graduanda em Engenharia de Pesca.
Jéssica Santos – Fórum de Juventude Negra do Amazonas- FOJUNE
Uiala Mukaji – Sociedade das Mulheres Negras de Pernambuco
Instituto AMMA Psique e Negritude
Bamidelê – Organização de Mulheres Negras na Paraíba
Instituto de Mulheres Negras do Amapá
Rede Mulheres Negras do Paraná
Criola – Organização de Mulheres Negras
Geledés – Instituto da Mulher Negra
Associação Cultural de Mulheres Negras – ACMUN
Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras – AMNB
Nzinga Mbandi
Amanda Lopes da Silva
Fernanda Nunes Sousa Mendes
Sueli Feliziani
Fernanda Nunes Sousa Mendes
Gabi Porfírio
CEDENPA – Centro de estudos e defesa do negro do Pará
Rosana Santos Jotta
Sara Joker Siqueira – artista visual e atriz
Luiza Regina Alves de Oliveira – Psicóloga e Educadora Popular
Nina Franco – fotógrafa, artista visual e ativista anarquista – feminista
Janaína Damaceno. Antropóloga, Fotógrafa e Professora universitária.
Instituto Patrícia Galvão
Coletivo Roda da Mãe Preta
Manifesto Crespo
Coletivo Kilombagem
Bieta Rodrigues Lecompte – Produtora de Moda/Figurino , Dj e ativista do Coletivo Rainhas Negras – ArtePoliticaFeministaNegra
UPDATE – Neuza Borges vai muito bem obrigada e segue denunciando o racismo na televisão.
101 comments
Gostaria de parabenizar o seu trabalho. Muito bom mesmo…
Eu assino tambem
Deborah Meira bancaria de banco publico
Parabéns, belo texto! Um “tapa” na cara do racismo enrustido de milhões de homens de pele branca nesse país que esquece que nas suas veias jorra sangue do escravo da mãe África. Carlos Rézio – Moçambique – África
Sr. Carlos Rézio, Não tenho nada contra qualquer raça, seja negro, amarelo, branco, cafuso, mameluco, mulato, índio, etc, mas você precisa conhecer um pouco mais do Brasil. O Brasil é muito grande e nem todos os brasileiros tem sangue negro ou índio. No sul do Brasil existe uma enorme quantidade de brasileiros de origem européia e asiática( não que isto signifique alguma vantagem) que não tem sangue negro ou sangue indígena, São brancos e amarelos de origem franca, germanica, itálica ou nipônica sem sangue negro. Os imigrantes italianos, alemães, poloneses e japoneses são exemplos de etnias que formam a população de vários estados brasileiros do sul , sem sangue negro e nem por isso deixam de ser brasileiros. Cuidado com as generalizações! Se você é negro deve sentir-se representado pelos movimentos negros mas seu eu pedir que se identifique com qualquer movimento branco, você não o fará! Por que? Por que você é negro! E aí eu digo. E daí?? Não queiram forçar uma situação dizendo que o Brasil é um país de mestiços pois não é!! Conheça o sul do Brasil e vá para interior e vais pensar que está na Itália, na Alemanha, na Polônia ou no Japão>
Lindo texto. Só agora, aos 65, descubro esse universo da resistencia, ou não existia ou não ousavam permitir. Creio que ainda há um universo a ser feito, mas o que vejo já é um início. Parabéns !
Querida, acho que prosódia não quer dizer isso que vc escreveu.
Concordo com tudo que foi escrito…
Fantástica resposta para alguém cuja intenção e as apenas se manter ativo na mídia e que nem mesmo merece o potencial que tem, já que nada mais do que se ajustar ao padrão global.
Excelente texto! gostaria de assinar tambem. Fernanda Cristina Rodrigues – Psicologa
é isso aí pessoal chega de humilhação, no trabalho com as piadas sem graça na faculdade ou em qualquer lugar…
Quero assinar, Eliana Brito estudante de Administraçao pela Anhanguera e auxiliar administrativa na Área Hoteleira.
SEXO E AS NEGA NÃO ME REPRESENTA !!!!! ACHO IMORAL E RACISTA SIM A IMAGEM DA MULHER NEGRA SER RETRATADA E ESTEREOTIPADA DESSA MANEIRA MACHISTA ESCRITA PELO FALABELA. ELE SEMPRE DESQUALIFICOU NOSSA RAÇA ,O LOIRO ALTO DE SANGUE PURO QUE ODEIA POBRE E CONSEQUENTEMENTE O NEGRO. A MULHER NEGRA NÃO É OBJETO SEXUAL, CHEGA DESSA MÍDIA RACISTA GLOBAL MOSTRAR A POBREZA, A PROSTITUIÇÃO, A HIPER SEXUALIZAÇÃO, O INSUCESSO DA NOSSA GENTE…. ISSO É UMA INSULTO A NOSSA RAÇA !!!
Sim, Marília Gabriela de Souza Silva
Eu sou mulher, negra, e estudante universitária. “Sexo e as nega” não me representa, e me faço também das suas palavras, eu também assino esse post.
Assino embaixo! Juliana feitoza da Cunha, servidora pública.
É nojento após tantos avanços (tecnológicos…) ocorridos nesse País, às mulheres negras ainda ter que constantemente esta se defendendo, se manifestando contra essa gente racista, que em tempo sente-se aliviada, crendo que o fato de mostrar a mulher negra na tela da globo, sem em nenhum momento refletir sobre a crueldade que a organização política patriarcal e racista nos deixou com legado, podemos afirmar que de propósito insistem em reforça esse tão legado. A questão é que sempre que for preciso vamos achar uma forma de dizer basta. ” É SOBRE O RACISMO ENRUSTIDAMENTE SEM NEM SE SENTIR OU ADMITIR”, BASTA
Eu também assino, chega dessa mesmice!
Parabéns!!! Exatamente o que penso!!! Neta de um filho de negro com índio!!!
Eu concordo com tudo que vc disse. Achei bem absurdo essa sexualização, como se tudo que uma negra quisesse fosse transar. Gente, tem negra pudica, tem branca tarada, como que mantém um esteriótipo desses em pleno 2014? Vc está certíssima ao dizer que parece uma oferta de carne barata, de carne de segunda que é mais fácil de conseguir, e que te pede pouco em troca. Ridículo, deprimente e racista/machista de uma forma que me faz pensar duas vezes se eu to mesmo certa em pensar assim.
Sobre o título, confesso que me fez, à primeira vista, lembra Sex and the City, o que parece bem legal, bem abrasileirado, parece mostrar que aqui também se trata do tema de forma divertida e “madura”. Mas aí vc vai ver o enredo e dá vontade de chorar… Bom, sou branca, então não sei o que é sofrer racismo, mas qualquer um com o mínimo de bom senso pode imaginar o quão duro é enfrentar isso por uma vida toda.
Perfeita reflexão, sinto-me mais do que representada.
Josiane Acosta-atriz, professora de teatro e produtora cultural
Blogueiras negras: parabéns pelo Blog e pelo texto esclarecedor! Sem dúvidas, precisamos da sensibilidade de narradoras e narradores negros para contar sobre assuntos diverso, sobretudo, a sua condição na sociedade brasileira e porque esta sociedade ainda discrimina e nega. 😉
Deixo aqui s minha assinatura Érica Cristina Gomes dos Santos. Filha de uma professora negra.
Vamos resistir!
Paulo de Jesus
15.09.14
Gostaria de assinar, Alice Rodrigues da Silva
Estudante, filha de pai e mãe negros.
Gostaria de assinar também.
Mariana da Costa Pedro Nogueira da Luz, graduanda em Psicologia pela Unip.
Gostaria de assinar! Monique Carpentieri
30 anos mãe de uma negra linda!
Me emocionaram, nada acrescentar ! Chega de achar natural o racismo neste País que é misconenado, basta de menosprezar com nossa luta !!
Falou tudo!
Gostaria de assinar também
Lays de Oliveira Santos produtora de moda formada pelo senai cetiqt RJ
Perfeito!!! Concordo inteiramente!!! parabéns pela reflexão e pelo texto
Uine Freire, Vice coordenadora do Diretório Central de Estudantes- UESC
Gostaria de assinar
Débora dos Santos Bomfim, graduanda em Ciências Sociais pela UESC-Ba. Componente do Coletivo Feminista Laudelina De Campos Mello
O coletivo Feministaaudelina de Campos Melo e o Coletivo Ousar Ser Diferente assinam!
Mulheres da Bahia juntas nessa luta.
Assino juntamente: Liziane Guedes da Silva – Estudante de Psicologia da UFRGS, Técnica em Administração e Professora de Séries Iniciais e Educação Infantil.
Adoraria assinar a carta também. É muito infeliz não se permitir refletir, a partir das críticas, que o papel desempenhado pelas mulheres negras no seriado corresponde ao estereótipo histórico imposto sobre esses corpos e subjetividades. Quando já não podem mais invisibiliza-las, representam as mulheres negras encarcerdas nos papeis que a sociedade racista, machista, classista e heteronormativa as impõs: a de mão-de-obra barata para tarefas de “servente”, a de corpo hiperssexualizado, a de reprodutora, …
Vivian Souza Alves – mestranda em Ciências Sociais/UERJ
Há mais ou menos 10 anos este mesmo senhor e sua emissora assinaram uma novela das 7h na qual as personagens de uma família negra sr tratavam como macacos. Quase ninguém gritava contra isso. Depois de muitas voltas do mundo, falamos agora cada mais alto, a impedir a naturalização do preconceito. Todos os dias!
Perfeito!!! Bote meu nome aí na lista de assinaturas também, por favor!!!
Também assino. Roberta Froes-Silva. Doutora em Química. Professora e pesquisadora de uma universidade federal.
Eu Adriana Cacheada assino embaixo
Parabéns pelo belíssimo texto! Venho movimentando essa campanha no meu perfil e página e venho recebendo críticas dos que não viram nada demais nisso, mas só não vê quem já se acostumou tanto com o sistema que já está anestesiado, pois a bestialidade é óbvia! Meus cumprimentos e sororidade! Vou compartilhar!
Gente, vou aproveitar a discussão do post para fazer uma pergunta sobre blackface.
Eu sei que é uma prática horrível, que estereotipa o negro, o rebaixa, e é muito utilizada no “””humor”””” (vide o Zorra Total).
Recentemente eu vi dois casos que me parecem ser blackface e que me incomodaram, mas eu não sei se procede, ou se era algo aceitável para a caracterização do personagem.
Uma delas era o Tiago Abravanel, que para viver o Tim Maia em um Musical teve a pele escurecida. O mesmo aconteceu com o Rodrigo Santoro para fazer o Xerxes no filme 300.
Eu n sei se era blackface pq não era pra fazer humor, mas pra se aproximar das características físicas de personagens que existiram na vida real. Mas tbm aí não seria melhor escalar atores negros?
O que vcs acham?
Quando olhamos para seriados americanos, vemos uma quase inexistência de protagonistas negros, negras, gays, lésbicas… Uma pesquisa recente mostrou que mais de 95% dos criadores (não me lembro o número exato, mas era esmagador) era de homens brancos. Então precisamos sim de mais negros escrevendo para negros e mais mulheres escrevendo para mulheres.
Sou homem, branco, gay e aspirante a escritor. Por ser gay sei muito sobre machismo. Faço parte de uma minoria e também sei bem sobre falta de representação.
Recentemente estava pensando sobre personagens femininas e negros e percebi que nunca vou entender, com a profundidade adequada, o que é ser mulher, ser negro, negra, lésbica. Me senti um lixo. Sou homem e gay, e acabo entendendo melhor o que é isso.
Não tenho a pretensão de representar tudo o que gays, lésbicas, negros, negras e outras minorias poderiam ser. Seria impossível fazer isso. Meus personagens têm um papel a ser desempenhado e a cor da pele ou orientação sexual são detalhes que constroem o personagem. Quero apenas trazer essa minoria marginalizada e representá-los com o respeito que eles merecem. É por isso que leio diariamente esse blog e outros.
Ainda estou muito longe de escrever um livro, mas agradeço muito por iluminar minha mente com seus textos e me ajudar a ser um ser humano melhor.
Eu assino essa carta. Elas (#asblogueirasnegras) me representam, e a todas as gerações de mulheres que vieram antes de mim (minha mae, tias, avós, etc), as que estão ai (filhas, sobrinhas, primas, etc) e as que viram (netas, bisnetas etc..). Ah! Branco, dá um tempo…geral!
Perfeita reflexão! Amei!!
Excelente!!!
Muito bem escrito esse seu texto! Eu nem sabia dessa série até ver no facebook. É sempre a mesma coisa que a gente vê. Por exemplo: você não vê as atrizes brancas mais famosas fazendo papel de empregada, e se fazem, é sempre em papéis que acabam crescendo. Mas negras se vê. Você vê uma atriz negra numa novela, e na próxima ela está como empregada, num papelzinho de nada, totalmente sem destaque. Você já viu uma negra fazendo uma grande vilã, como a Carminha de Avenida Brasil ou a Nazaré de Senhora do Destino? Eu não me lembro. E eu, sendo aparentemente branca, se quisesse fazer uma obra sobre a vida dos negros, chamaria pessoas negras para a levarem a diante, e eu só seria parte do projeto. As pessoas fazem todo tipo de porcaria com a imagem dos negros e nas suas cabeças preconceituosas acho que têm certeza de que estão “fazendo um favor”. Quando isso vai acabar????
eu e o grupo Orgulho de ser Feminista assinamos!
Excelente texto! Fala de tudo que sofremos, mas acima de tudo, de nossa determinação em resistir e combater o racismo. Parabéns!
Belíssimo texto,
Também gostaria de assinar.
Fernanda Souza dos Santos, graduanda em Arquitetura e Urbanismo pela PUC-Rio
Eu ASSINO.
Nossa, como ser humano, realmente sem palavras!!!!
Que texto bacana também gostaria de assinar.
Maravilhosoooo…
To aliviada depois de ter lido essa carta!
Ah Branco, da um tempo!… Fala sério!
#SACOCHEIO
Assino!!!
Posso comentar também?? rs
Fantástico o texto, argumentos arrebatadores!
Meu beijo
Assinado . Acho super válido a repetição do Ah, branco.Contrário do que outros colegas q por aqui postaram. Faz pensar : E se fosse assim e não assado como seria sentido. Surtiu efeito! Tinha achado q o autor se defendeu bem, mas depois dos argumentos defendidos aqui, acho impossível não concordar com o repúdio a proposta da série.
Eu precisava ler esse texto hoje. Obrigada.
Texto maravilhoso, assino quantas vezes for preciso!!
eu assino! Repudio total!
Eu assino! Repudio total ! Mais racismo e mais esteriótipos na TV!
Taina Freitas Medeiros, graduanda em Ciências Sociais também assina!
Obrigada pelos comentários e assinaturas.
Quanto ao termo branco usado no texto, ele tem relação direta com a postagem feita pelo senhor Miguel Falabella em sua página do facebook, postagem essa que motiva essa carta:
https://www.facebook.com/miguel.falabella/posts/10152677054084826
Me representa!
Acho que o Ah, Branco é nada mais nada menos que se fosse um branco que estivesse falando ele iria dizer Ah, Nego…, que nesse caso é muito usado, não se tratam as pessoas negras pelo nome e nem por pessoas, tratam pela cor da pele. Achei muito bem colocado, é tipo aquela pessoa branca que conversa com um negro e vai elogiar as qualidades de um conhecido e diz: Fulano é preto, mas é tão gente boa, de confiança… Ora, agora a cor da pele determina as qualidades de caráter ou a falta dele? Muitas pessoas conversam comigo e falam, ô nega, e depois dizem: não se ofenda não, é que eu trato assim as pessoas que eu gosto… Duvido que cheguem falando com uma pessoa branca: ô nega…
Repúdio total a esse excremento!!!
A página “Moça, você machista” (https://www.facebook.com/MocaVoceEMachista) assina também!
23 anos, Bióloga, laureada por melhor nota, mestranda em Educação, primeiro lugar no processo seletivo, mulher e negra. Assino, com certeza!
Colegas, assino embaixo com tudo o que foi dito. Só uma coisa me incomodou no texto, ficar chamando a pessoa de branco toda hora, vocês não acham inapropriado?
Sou mulher brasileira, minha pele é branca, mas sou afro-descendente, minha família por parte de pai é toda composta por negros e indígenas. Eu achei ofensivo, me perdoem se parece que estou bancando a vítima, não é isso, só queria discutir sobre a questão com as colegas.
texto maravilhoso!!! quase chorei
não tiraria uma palavra desse texto. e, ‘ah, branco, dá um tempo’ mesmo! 😉
Ótimo texto, representa a opinião de várias negras, que nao se viu representada e ate ofendida com o novo projeto da Globo
Perfeito
Texto perfeito mesmo. Assino em baixo também.
Temos que juntas continuar demonstrando nosso repúdio, declarar que o lugar que queremos não é o de subalternas e de seres coisificados. Eu assino!
Esse texto me representa. Sou Pedagoga, Professora, mãe, esposa, mulher e muito mais. Não sou as Negas…
Eu assino……lindo texto
Brilhante.Este texto me representa.
Eu assino… Endosso e o que mais for preciso!!!!! São também meus pensamentos e palavras!!!
Eu assino
Melhor impossível!!!
DESMASCARANDO A REDE GLOBO
Com à ascensão do Povo de baixa renda, para classes sociais de melhor poder aquisitivo e escolarização, e o acesso dos pobres às universidades, não só com Negros, mas sim com todo Povo que tiveram essa ascensão, se tornaram roteiro esteriotipados de todas as produções, dramatúrgicas e programas da Rede Globo. Esteriotipar os pobres brancos, negros, mulheres, jovens e etc. em um discurso subliminar de segregração entre ricos e pobres: “Vocês melhoraram de vida, mas continuem onde estão. Não invadam o nosso espaço”.
Eu assino
Parabéns texto claro, fundamentado bem escrito. Orgulho.
Adorei, vocês são ótimos!
Assino! Rhitieli Ortiz Borges.
Pessoal, PARABÉNS pelo texto, fiquei muito feliz em ler algo tão forte e especial, que esclarece pessoas brancas e além de fazer isso com pessoas negras, empodera-as também. Eu fico muito emocionada com os dizeres da carta. Espero que continuem a nos esclarecer cada vez mais para que todos aqueles que sejam capazes de enxergar tais informações e verdades possam abrir a cabeça de cada vez mais pessoas. Além do que foi dito, eu, como jornalista, quero afirmar que muitas pessoas criam vínculo de identificação com personagens da TV, pois sentem que fazem parte do glamour da moda. Isso é bom e ruim. Cria-se mentes repetindo aquilo que vêem na TV, o que faz com que os autores digam “não é uma criação de minha mente, mas uma realidade, como todos podem comprovar”. Esse é o ciclo do cinismo e do descompromisso da TV.
Enfim, poderia falar muito e sobre muitas coisas mais, mas prefiro ficar por aqui por enquanto.
Ah, na frase “nossos corpos não espaço”, acho que faltou a palavra “SÃO” depois do “não”. Estou certa?
Um abraço a vocês!
Fernanda
Amei o texto. Não gostei do termo. Ah Branco. Se tivesse usado Ah Globo creio que ficaria melhor. Mas o texto está aprovado.
Vi comentários absurdos dizendo que pelo fato de ter 4 atrizes deveríamos está felizes. Ah para né. Acostumaram a ver calados. Mas esta série não tem representatividade.
Blog da Marcy está apoiando.
Muito bem escrito!
Texto perfeito, mto bem elaborado… me senti muito bem representada
Gostei de tudo. Menos da forma como o chamam de branco. Achei que dará margem a dizer quem é o famoso racismo ao contrário. Francamente achei desnecessário. No mais, aprovadissimo
ASSINO!!!
Assina Nathália Souza também.
MARAVILHOSAS
Espetacular, manas!
Concordo e deixo minha admiração pelo belo texto. Já passou da hora , de vozes comprometidas com o respeito ao povo negro do Brasil, assumir e levantar bandeiras de forma organizada, e exigir o que é seu por direito. Não acitar rótulos e massacres que durante 360 dias do ano acontece . Essa grande emissora, que de democrática não tem nada, só desinforma e aliena o brasileiro, só aumenta o racismo impregnado na sociedade brasileira. Continuem nessa luta.
Assino!
Perfeito texto. Sou mulher, branca, professora e assim que vi a primeira chamada, percebi o descaso e a falta de sensibilidade com a mulher negra.
Assino embaixo.
Assino!
Fica aqui também o meu manifesto de “profunda oposição a esse mundo, de quem bate e finge entender a dor daquele que apanha”. Essa desculpa de que não é racista só porque tem amigos negros já está esfarrapada há muito tempo, não podemos mais aceitar isso e ficarmos quietas. Ah! Branco dá um tempo! Ótimo texto e reflexão, meninas!
Estas palavras ajudam a curar um sistema inteiro de dor e luta. De mãos dadas sempre. Beijo e abraço solidários da Jane e da kelci
.
Eu assino
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