A produção além de ser uma verdadeira overdose de alusões a cultura negra pré e pós escravidão, questiona a indústria cultural, como o artista negro está diante de todos os conflitos que ainda alcançam a maior parte dos moradores de periferias, o culto às armas e a violência policial.
Um coro de vozes que canta liberdade – parte da tradição oral afro americana canções como essa que aparece logo no início serviam como forma de comunicação. Orientavam outros escravizados que caminho tomar para não serem recapturados com facilidade ou para tornar o trabalho exaustivo mais suportável. De manifestações como essa, surgem gêneros musicais como o Blues e o Jazz. Ambos nascem da tristeza e da esperança de livrar-se do cativeiro e essa autonomia é interrompida pela violência até hoje.O ambiente estéril é tomado por uma série de conflitos armados e perseguições. Enquanto isso, Glover e um grupo de bailarinos esbanjam habilidade e domínio corporal misturando passos de Brake e Gwara Gwara sul-africano. Não precisa se esforçar muito para encontrar as mais diversas análises desse clipe na internet, mas é importante lembrar que não é a primeira vez que um artista negro provoca tamanho incômodo e reflexão sobre o racismo.
“What Happened at the New Orleans?”
Em agosto de 2005, o furacão Katrina alcança o sul dos Estados Unidos. Foi o terceiro que mais causou mortes na história do país, ficando atrás do Galveston, em 1900, no qual morreram entre 8 mil e 12 mil pessoas, e do Okeechobee, em 1928, no qual 3 mil vidas foram perdidas. Mesmo 10 anos após o desastre natural as famílias ainda sofriam com o descaso e a falta de assistência do governo americano. Por isso, Bey começa o clipe em meio a uma inundação.
A cantora propõe uma nova construção social, rompendo com os padrões que estabelecem o negro como protagonista da pobreza e criminalidade. Celebra pensadores afro americanos como o pastor Martin Lutter King e Macom X e pede o fim do genocídio negro pelas mãos de policiais. Assim como This is America, o vídeo suscitou uma série de análises.
“Cês diz que nosso pau é grande, espera até ver nosso ódio”