Por tantas histórias, por uma carreira inigualável e por Jovelina, a voz do repente, do samba, por ser a mulher que foi e revive dentro de nós a cada música que ouvimos ainda hoje, celebramos esse dia e agradecemos imensamente sua passagem nesse lugar chamado Brasil. Que seja feita festa e aquele samba onde quer que estejas, nossa queria Perola Negra.
Para mim é uma missão/compromisso contar e proteger essas histórias que permanecem por muito não escritas ou silenciadas. O desafio se dá na escassez de materiais presentes para que pudesse ser feita uma pesquisa minuciosa, pois não queria escrever de modo tão direto ou sucinto, gostaria que a escrita acerca da Rainha Quelé fosse tão passível de mergulho como sua voz e canções.
Quando um artista potiguar abre a boca pra cantar que vai prender a negra na senzala, diz que vai maltratá-la, a manda ficar calada, e por isso ainda vai concorrer a um prêmio, NÃO PODEMOS NOS CALAR, o que, inclusive, ele pede na música! Sobretudo num mês importante como Novembro, marcado especialmente pelos dias 20 (Dia da Consciência Negra) e 25 (Dia da não-violência contra a mulher).
Precisamos acima de tudo perceber que o racismo continua impregnado dentro desses movimentos que dizem que “o preto está na moda”. Só porque a classe média branca gosta do que o negro produz não quer dizer que ela gosta de conviver com o negro nos seus espaços diários, que ela não pratique racismo todo o dia com seu porteiro, com sua empregada.