Por Jéssica Ipólito para as Blogueiras Negras

Se eu pudesse voltar uns anos atrás na minha vida, eu faria só por causa da minha mãe. A colocaria sentada no sofá, confortavelmente, e conversaria. Calmamente. Explicaria que a filha dela é lésbica. É lésbica porque sente atração por mulheres (afetiva-sexualmente) e que não há nada de errado nisso. Deixaria bem claro que não foi culpa dela… de ninguém, bem como a minha prima gostar de homem também não foi culpa de um alguém.
Explicaria várias vezes pra essa senhora, tomada pela religião, que não há cura pra quem não está doente… E evitaria ter ouvido “Filha, vamos ao médico”.
Mãe, eu ainda lembro disso, não me dói como antes porque hoje eu compreendo melhor a senhora do que quando eu tinha 15 anos. De verdade, eu passei a entender suas motivações para ter chegado a um extremo como esse. Te digo que não foi fácil, nenhum pouco. Muitas foram as vezes em que eu não quis falar contigo por causa dessa frase e de tantas outras que foram ditas pela sua boca e que me feriram.
Eu sabia que não era por mal, o tempo todo eu soube. Mas eu não entendia como algo tão simples virou um bicho de 7 cabeças em questão de segundos.
Também consegui lidar da melhor forma possível com seus olhos fechados diante de mim. Os olhos que por anos me protegeram fielmente, e que de uma hora pra outra, se negava a enxergar o óbvio: que a sua filha não havia mudado por gostar de mulheres. A menininha continuava com os mesmos valores que lhe foram dados desde o inicio dos anos. Nada se esvaiu, mãe.
Revelar algo que não deveria ser segredo tinha que ser tranquilo, se o seu medo não fosse tão grande. Se o seu preconceito não te cegasse tanto a ponto de. Se a sua negação não tivesse te limitado tanto.
Mãe, nunca houve nada de errado comigo. A senhora foi protagonista da minha vida durante muitos anos, mas eu tomei as rédeas da situação. Só agora, depois de ter errado e adquirido certa ‘experiência’, vejo que daria pra ter sido diferente entre nós duas.
Nós, que sempre fomos tão sozinhas na nossa casa. Que sofremos com a morte do seu filho -e meu irmão- de uma forma tão horrível e cruel, uma do lado da outra. Que sofremos com o descaso do homem que você escolheu para caminhar lado a lado. E que veja bem: não foi culpa sua. Ele que foi –e continua sendo– um canalha sem empatia e responsabilidade. Esse mesmo que nunca nos amou, só nos desrespeitou e humilhou. Você sabe do que eu estou falando, mãe… A senhora não deve NADA a ele. Todos esses anos, quem lutou sozinha diariamente foi você. Quem correu atrás para que não me faltasse absolutamente nada, não foi ele. Quem exigia que eu me esforçasse nos estudos, sempre foi você. Quem se doou inteiramente pra fazer da filha uma mulher firme, foi só você. Ele não tem nenhuma parcela boa na minha criação, exceto pelos momentos ruins que ele nos proporcionou…. E fizeram com que a gente aprendesse, superasse e se fortalecesse.
Nós duas, tão juntas o tempo todo mas tão distante nas percepções do mundo. Disso tudo eu procurei entender, e consegui. Você várias vezes me disse que sua criação foi extremamente ruim, tendo que passar por milhões de dificuldades durante o caminho. Eu nunca esqueço das suas histórias do sítio, de como seu pai te tratava mal e te machucava; das vezes que você tinha que andar descalça pelo mato pra deixar o chinelo pra calçar só na escola -porque ele não podia ficar gasto. Sei do trabalho braçal que você era obrigada a fazer quando criança e, principalmente, da parte em que te negaram afeto e carinho.
Sei que há muita dor aí dentro de você, mas eu nunca quis ser sua parte ruim.
Quando fomos forçadas a conversar sobre mim –sobre o sexo da pessoa que eu amava-, eu senti que fui sua parte ruim por ter te desapontado. Por ter visto nos seus olhos que você esperava outra coisa, menos isso. Mas passei por cima, fiquei triste sozinha, te poupei por me achar a errada. Não acredito que isso foi o certo, mas quem dirá como seria realmente o certo, naquela época, né? Não dá.
Mas eu faria diferente, se caso desse…. no sentido de redução de danos, com muito diálogo e afeto. Como não dá pra mudar o que já foi, eu me permito deixar devidamente registrado isso aqui, pra quando você comprar um computador e começar sua aventura virtual. Eu sei que você vai achar meu blog por aí, por acaso -ou não. Sabe porquê? Porque esse é o pequeno espaço por onde eu começo traçar meu futuro profissional, mãe. Eu gosto de escrever, mãe. Gosto de passar alguma coisa pras pessoas porque elas sempre tem algo para retribuir.
Essa minha pretensão pode parecer quase nada diante das grandes personalidades da escrita que existem por aí, mas não será em vão. A senhora nunca teve orgulho de mim, assim, de fato. Mas espera, eu tô começando agora…. Em breve, mãe, você terá esse sentimento. Porque eu já sinto orgulho de mim hoje. Eu não me tornei uma pessoa omissa, mesquinha e acomodada; eu ser parte do processo desconstrutor da mídia grande, que tanto te deixa confusa aí na sua casa…. Isso vai acontecer um dia, anota!
Olha mãe, eu faço parte das minorias que são humilhadas diariamente nas ruas, ignoradas nas políticas públicas deste país, mas eu não faço parte do silêncio. Não combina comigo, você sabe. Eu percebi que aprimorei seu lado humano e justo, em mim!
Mãe, eu não fico quieta diante das injustiças. Você mesma é assim! Só que agora, eu faço parte de um grupo maior… com mais gente que se junta pra traçar estratégias de -literalmente- sobrevivência, sabe? Eu acho tudo muito importante e necessário. Espero que logo você possa achar o mesmo.

Você nunca quis que eu fosse lésbica. Você nunca quis que eu fosse jornalista (ainda não, mas estou indo de encontro para.). Você nunca quis que eu fosse gorda. Você nunca quis que eu morasse longe. Você nunca quis que eu tivesse cabelo colorido e curtinho. E veja só você no que foi que eu me tornei: naquilo que você não queria. E isso não foi escrito com ironia, mãe. Eu sou subversiva por natureza, percebe? Não faço de propósito, é que eu acredito em mim dessa forma, só assim me sinto bem, forte suficiente pra vencer toda essa muralha de desafios que eu tenho pela frente.
Quero que você passe a confiar verdadeiramente em mim, um dia desses. Sei que hoje você confia pouco mais do que há alguns anos, mas ainda não é o suficiente. Acontece que você tem muito medo que algo de ruim aconteça, né? Eu já te disse pra deixar de assistir televisão, principalmente o Datena (isso causa câncer intelectual, sério!). A senhora tem medo da minha solidão aqui na cidade de São Paulo. Ouve muita coisa na mídia todo dia… e aí se lembra das minhas vulnerabilidades… e vai querendo que fique sempre embaixo da sua asa. Eu também sei disso, mas você precisa me deixar ir: sozinha.
Eu cresci, mas a senhora não quer entender isso pois vai perder sua garotinha que carece de zelo e mimos -na sua visão- porque ela ainda é muito frágil.
Mãe… você me deu tudo que eu precisava durante anos, não se preocupe mais. Você solidificou minha base muito bem, acredite nisso. Eu preciso aprender a caminhar sozinha agora. Eu preciso saber que posso fazer isso e preciso de você me dizendo “Vai, filha, pode ir… Tenha confiança, vai dar tudo certo. Se não der, você tenta de novo.”
Por aqui as coisas vão muito bem, apesar de eu guardar as coisas ruins só pra mim e mais ninguém. Compreendi que essa é uma boa estratégia pra não ter que ouvir alheios ditando regra na minha vida.
Acredite, eu amadureci muito depois de um tombo atrás do outro, um tombo atrás do outro. Me machuquei muito nessa trilha selvagem. Mas eu tô inteira; ficaram uns pedaços que não me serviam para trás… Coloquei fragmentos novos nas minhas lacunas. Eu me reinvento sempre que necessário, mãe.
Não sei o que a senhora acha de mim agora, mas eu tenho me achado incrível!
Tem muito de você em mim, acredita? É verdade! Eu sei que não te conto essas coisas, mas é que isso veio de você, entendeu?! (e não é ruim!) Nós não somos assim…abertas & íntimas como muita mãe e filha é por aí. Mas nós temos nossas peculiaridades na comunicação, que às vezes funciona, outras não. O que é muito normal.
Sabe, às vezes converso com algumas meninas que acabaram de contar para a mãe e o pai, da sua lesbianidade (serem lésbicas, mãe!)… E a maioria passa por situações horríveis, tais como as que a gente já passou. Acho que a senhora um dia, poderia dar um depoimento contando como foi entender que tem uma filha lésbica.
Um depoimento para mães & pais de meninas e mulheres lésbicas. É, seria bem legal. Não tem muito disso por aí… Eu percebo que mães-pais se sentem rejeitados automaticamente ao saber. O que não deveria, mas vão de tabela por conta das filhas. Pois vocês sabem como a sociedade trata as pessoas que não são heterossexuais. Você sabe, mãe, porque também tem seus preconceitos enraizados. E uma vez que acontece no seu quintal, aí o negócio muda de figura. Você sabe o que as pessoas vão falar porque é exatamente aquilo que você falava quando via uma sapatão na rua, ou um gay mais ‘afeminado’. A reação dos outros, era a sua reação… e essa sensação de saber o quão ruim é discriminar uma pessoa, bate de frente contigo, porque é sua filha quem sofre. E eu sei que você não quer meu sofrimento.
Eu te escrevo isso motivada por uma garota que conversou comigo hoje, estando num momento muito ruim com a família, com brigas e atitudes de repúdio. A única coisa que eu soube dizer a ela é que esperasse. Deixasse o tempo passar e que ela fosse suportando da “melhor” maneira possível o conflito com os pais.
Na maioria das vezes eu não sei o que dizer, mãe… É muito difícil porque ninguém deveria passar por esse tipo de dor. Essa dor da rejeição, a dor de não ter feito nada de ruim e mesmo assim ser penalizada por isso. A dor de ser deixada de lado, ignorada e violada. Ninguém deve passar por isso. Não é errado ser lésbica e querer viver isso de forma plena, mãe….
Quando você souber de um caso assim, de conflitos e recusa de aceitação: conversa com essas pessoas, diz que nada muda e que tudo bem se a sua filha for lésbica… Dê apoio, mãe. Ninguém apoia a gente. As pessoas acham errado e querem que nos tornemos parte de um molde que não corresponde ao que sentimos. Eu gostaria que você desse força para qualquer mãe & pai porque, infelizmente, nada será favorável enquanto a maioria esmagadora for contra. Eu gostaria que a senhora apoiasse uma mulher lésbica que se permitiu ser ela mesma. Quantas mulheres por aí negam a sua orientação sexual por conta de uma pressão social? Mãe, são muitas, pode ter certeza…. E isso nos machuca. Causa corrosão da vida, causa depressão, causa dor e sofrimento.
Mas acaba sendo um belo trabalho de formiguinha, mãe: você apoia aquela senhora, que pode apoiar a outra, que vai apoiar o tio, que vai apoiar o senhor lá; formando um efeito dominó derrubando os preconceitos. Derrubando as barreiras da dor e estabelecendo o amor como premissa maior de todas.
Diga a essas pessoas que suas filhas não mudam porque estão com uma mulher do lado. Lembra eles, mãe, que isso não é errado! Que tá tudo bem e que o problema são os outros, sempre os outros. Fala mãe, fala bastante pra todo mundo que uma filha lésbica passa longe de ser algo ruim.
Mãe, quando a senhora se sentir forte suficiente, posso pedir uma coisa? Se puder, organize encontros com mães & pais para ouvir o que eles têm a dizer: eles querem falar mas ninguém quer ouvir, só querem julgá-los (porque ainda existem pessoas que acreditam que os pais são culpados pela homossexualidade das filhas e filhos); eu sei que a senhora tem coisas a falar também. Essa troca de experiência pode te fazer enxergar o quão natural é sua filha amando uma mulher. E vai te jogar na cara que NÃO, isso NÃO É CASTIGO e não acontece SÓ com você.
Diga a eles para respeitar a vontade das suas filhas, mãe. Bota um lembrete num lugar visível dizendo que: Mães e Pais, a vida da sua filha tem que ser vivida por ela, não por vocês -e que seja da melhor forma possível. Da maneira que ela quiser!
Não é difícil, mas requer esforço… Um exercício diário, porque sim, toda a sociedade pensa o contrário disso tudo que eu escrevi. Mas, mãe, dá pra se livrar das amarras sociais que os prendem, dá pra deixar de lado o conservadorismo religioso que muito afoga as pessoas; dá pra entender que, independente da orientação sexual que a sua filha tiver, não significa que o Mundo acabou e agora tudo está perdido. Mãe, isso não é motivo pra condenação porque não é um crime. Não é motivo pra condenação, lembre-se disso sempre que for necessário.
Você sempre disse pra eu ser uma mulher de bem, de caráter. Nunca dever nada aos outros e sempre conseguir as coisas pelo meu esforço. E o que eu estou fazendo hoje? Você também já me disse que as pessoas vem e vão e que era preciso de um esforço para me acostumar com
as perdas na minha vida. E o que fiz? Eu nunca esqueço das coisas que você me passa, mãe.
Espero que com isso aqui, devidamente publicado, a senhora também não se esqueça de quem eu sou e, principalmente, não se esqueça que ninguém tem menos valor moral por amar uma pessoa do mesmo sexo. Isso é irrelevante, mãe. Nem deveríamos falar sobre isso. Mas como ainda é preciso, então eu deixo meus anseios escritos pra você.
PS: Isso serve a todos os outros pais e mães da rede, que por ventura, toparam a leitura até o fim.
Jéssica Ipólito é estudante de jornalismo e militante da Marcha Mundial das Mulheres de SP. Escreve no tumblr Meu maracatu pesa uma tonelada e no blog Gorda e Sapatão, onde esse texto foi originalmente publicado.
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57 comments
Oi sou Milene, bom CMG foi normal eu disse apenas pra minha mae pois n tenho boa convivência com meu pai, mas creio que ele já sabe …
Ela aceitou, e me deu maior apoio no namoro.
Namoro +- uns 8 meses, escondido da família dela ate que tentamos contar,mas já sabíamos a resposta.( “Não”, assim a mãe dela disse, e se VC for lésbica esquece que um dia teve mãe)…
Sabe eu fico sem saber uq faço???
Pq prum lado eu não vou desistir da pessoa que eu amo ,
Mas pelo outro lado é mãe dela eu não posso tirar isso dela…
(Dethale a mae dela era minha amiga de festa de reinado, a gente contava piadas ria pra caramba juntas ,hj em dia ela me vê e fecha a cara)
É imprecionante como isso,essa coisa boba muda as pessoas …
Eu acho que só tempo muda as pessoas.
Eu não entendo por isso finjo que não sei de nada
Simplesmente emocionada com tantos depoimentos, tenho 15 anos e desde sempre senti atração por garotas, aos 12 minha mãe descobriu e me mudou de bairro, escola, mudou meu numero de telefone e manipulava minhas redes sociais só para garantir que eu não veria minha namoradinha da época, caiu em depressão, meu pai queria me mandar à um colégio interno, minha irmã sempre me apoiou, já faz um ano e meio que minha irmã saiu de casa para seguir seus sonhos, conheci uma nova garota e estou a um dia de completar 5 meses de namoro depois de enfrentarmos 3 meses de namoro a distância e 4 meses separadas, eu à amo muito e nos últimos dias tenho sofrido demais por querer me abrir com minha mãe e ter medo da reação, medo de acontecer tudo de novo, de ser forçada a frequentar igrejas, de ver ela fechar a cara quando falo das minhas amigas lésbicas. Vi aqui depoimentos de pais que aceitaram suas filhas de cara, ah como eu queria que tivesse sido assim comigo, como eu queria que minha mãe conhecesse minha garota e visse o quão maravilhoso é o caráter dela, que ela me completa e me faz muito feliz.. Um dia ainda volto aqui e deixo outro depoimento talvez bom, talvez não.. enfim.. Te amo mãe! Larissa, te amo meu amor! <3 #DaiMeForçasSenhor
Parabéns por dividir com a gente essa história de superação emocionante!!! No meu caso eu ainda tenho algumas dúvida se sou lésbica ou bissexual, tenho 20 anos e nunca namorei (só fiquei com alguns poucos garotos. Mas acredito q sou mesmo lésbica. Tenho pensado mto ultimamente, em um jeito de contar para a minha mãe o que sinto por outras mulheres. Mas não acredito que ela possa vir a aceitar a minha condição sexual, Já que em um outro dia, em q se estava discutindo na rádio sobre o que as pessoas achavam de pessoas q se relacionavam com pessoas do mesmo sexo, ela ao ouvir a nossa manifestação (minha e da minha irmã +nova) a favor deixou claro que ela era contra. Bom daí já da pra se ter uma idéia de q ela também ñ irá me aceitar. De qualquer forma, mesmo q ela ñ me aceite ou me expulse de casa não muda o que sinto, eu não quero magoá-la (nem uma de nós queremos isso!) Só espero q quando eu contar, no tempo dela, ela entenda isso e que saiba que o meu caráter e minha índole continuam sendo os mesmos q ele me ajudou a moldar. Mãe eu te amo.
Sou pai de uma menina super talentosa, inteligente e virtuosa que namora uma linda garota que também aprendi a admirar. Por acaso vim parar neste blog e acabei lendo emocionado este belo texto, que se diz direcionado às “mães que tem filha lésbica” mas que na minha opinião deveria ser lido e relido por todos, pais, mães, irmãos, qualquer pessoa, pois talvez assim a sociedade em que vivemos resolvesse rever alguns de seus conceitos. Antes de tratarmos do assunto com nossa filha, eu e minha esposa já conversávamos a respeito, e de certa forma já estávamos “preparados”. Tenho educação mais rígida e machista que minha esposa, mas nunca tive dúvidas em defender a felicidade das minhas duas filhas acima de qualquer coisa. E, acredito, isto deu segurança para que ela nos procurasse e revelasse seu relacionamento com outra garota. Respondi-lhe com firmeza que isto não mudava nada, continuávamos orgulhosos por ela ser nossa filha e que o que nos importa é que ela seja feliz. Hoje percebo que eu próprio melhorei muito como pessoa depois dessa revelação e a forma como lidamos. Afinal, o que há de errado em duas pessoas se amarem? Quando alguém me fala, com críticas, que viu dois rapazes se beijando, respondo prontamente que não vejo nada de errado, é muito melhor eles se beijarem que trocarem socos entre si. Como disse uma outra mãe, estamos mais felizes porque temos mais uma filha da qual nos orgulhamos muito também. Mais uma vez, parabéns pelo texto e postura diante da vida, Jéssica!
Três da manhã, estou aqui sem conseguir dormir pelo fato de me identificar muito com o texto.
No caso, sou a filha. Ta difícil, muito difícil.
Queria usar todas suas palavras para falar com a minha mãe, mas nao consigo!
O texto foi muito motivador, no momento certo sinto que vai me ajudar muito.
acabei de ser expulsa de casa, resolvi ler esse texto que um amigo mandou. Incrível como você descreveu minha vida, meu irmão falecido e meu padrasto imprestável e agressivo. Não tenho palavras pra agradecer por ter lido tudo o que eu sinto ainda com um nó na garganta.
Sempre desconfiei, porque minha filha de 20 anos nunca namorou, tentava conversar com ela e ela se esquivava, um dia ela levantou da cama chorando, porque a mãe da menina que ela se relacionava queria falar comigo, ela entrou em pânico, detalhe a menina era de outro estado, virei pra minha filha e falei:Vc está gostando dessa garota? Ela disse que sim, e que sempre gostou de meninas. Hoje a menina mora conosco e ganhei outra filha, amo minha filha demais .só quero ve-la feliz. Só tenho medo do preconceito alheio.mais vou estar sempre ao lado delas, pro que der e vier, sua sexualidade não mudou o seu caráter, respeitosa, estúdios e talentosa.amo demais
Estou me sentindo muito emocionada com o seu texto Jéssica, e passando por um momento muito difícil, a minha juventude inteira eu me reneguei, cheguei a me casar com uma pessoa do sexo oposto só pra satisfazer o que a sociedade e principalmente meus pais julgavam como correto, tive uma filha, mas a dois anos atrás não conseguí mais negar a minha orientação sexual.
Porém nunca tive coragem de falar nada a minha família. E a minha covardia em chegar e conversar acabou tendo uma consequência que vai ser difícil de contornar… Na semana passada meu irmão me viu em uma casa de festas com a mulher que eu sou apaixonada e estou me relacionando, me deu um tapa na cara, me chamou de vagabunda e de todas coisas ruins que se possa imaginar. Eu que nunca admití desrespeitos em relação a minha orientação, me ví imóvel e sem saber o que fazer, porque só pensei na minha mãe. Desde esse dia a minha família não fala mais comigo e não conseguí mais ver minha filha, que passa mais tempo na casa dos meus pais pra que eu possa trabalhar e estudar.
Tenho 27 anos, sou uma mulher independente, mas nesse momento estou me sentindo totalmente sem chão e sem saber como conseguir conversar com a minha família. A criação deles foi rigorosa, família evangélica, que não aceitam e acham que isso é doença ou simplismente, como meu irmão me entitulou, acham que isso é vagabundagem. Preciso conseguir dizer pra eles de alguma forma que a minha preferencia por mulheres não mudou o meu caráter, minha índole, que isso é algo íntimo… Estou me sentindo perdida, com saudades da minha família e sem saber como dar o primeiro passo. A unica coisa que é certa é que vou enfrentar um preconceito que vai ser mais doloroso, além da sociedade, da minha família, que eu amo tanto. Mas que não posso me obrigar a viver anos e anos da minha vida renegando quem eu sou, ainda mais agora, que conhecí a mulher que me despertou um amor incondicional, e que eu enfrento qualquer dificuldade por ela.
Esse sentimento de ser renegada e desprezada pela família é muito doloroso, não sei o que fazer!
gostaria de saber como voce está agora. Conseguiu superar. Passando por algo parecido.
Minha filha ontem me disse que gosta de meninas, passamos horas conversando. Nada mudou, meu amor sempre será o mesmo. Aconselhei apenas que ela se faça como ser humano do BEM. Que nada a impeça de prosseguir seus sonhos. E desejo profundamente que ela seja FELIZ. Não é uma opção sexual que muda o caráter de uma pessoa. Ela é uma pessoa educada. Tranquila. E dei muito carinho pois sei o que a espera pela frente. E sei que essa guerra que ela irá enfrentar não será somente dela. Será nossa! JAMAIS irei abandoná-la . Ela não deixou de ser minha filha. Ela continua sendo um ser humano. Digno de respeito e admiração. E por ela ser a pessoa mais maravilhosa desse mundo, sempre será minha filha amada! Acho que temos que EVOLUIR. Como pessoas e como espírito. Vamos continuar lutando contra o preconceito!
Olá Angela, obrigada pelo comentário e por dividir sua experiência conosco. Apenas um parecer, quando falamos de sexualidade, não podemos incluir como opção e sim como orientação, pois se fosse possível escolhermos, muitas coisas não seriam debatidas, não é mesmo? Fico feliz em saber que tem uma de nós com uma base familiar que a apoia e auxilia, pois diariamente isso é pautado pra nós. Continue comentando! Abraços.
Minha mãe não aceita eu ter um relacionamento com uma mulher
Bom minha mae nao aceita a minha cãosição ela fico sabendo que eu gosto de mulher mas ela disse que nao aceita isso
eu tenho 16 anos, contei hoje para minha mãe, que sou homossexual, ela olho para mim e “disse que prefere ter uma filha prostituta do que uma filha lésbica”. Eu fiquei sem palavras me levantei da mesa fui para um cantinho da minha casa, fiquei em estado de choque por uns 30 minutos e depois que voltei a realidade, eu falei para eu mesma “O preconceito da minha mãe não vai mudar minhas escolhas, faltam apenas 1 ano e 6 meses para eu completar 18 anos de idade e quando eu poder sair de casa eu não temerei me assumir diante da sociedade”, minha opção sexual não interfere na vida de ninguém, e amar uma mulher não é um bicho de sete cabeças, sei que sentirei falta de minha mãe, porém não posso deixar que ela me obrigue a ser infeliz.
Não posso dizer que estou feliz, porém sei que essa tristeza vai ser passageira.
oi Vi, contar para nossos pais sobre nossa sexualidade é realmente um tremendo passo nas nossas vidas, e dói demais quando não somos aceitas e ouvimos tudo o que é barbaridade de quem mais esperamos apoio. sua sexualidade não é uma opção, viu? se pudessemos escolher, acho que as coisas seriam bem diferentes para todas nós. pode ser complicado pra sua mãe aceitar e entender, mas o tempo e o diálogo são essenciais, mesmo. desejo força e sorte pra você, nossa caminhada é longa e pesada!
Procurando texto sobre filha lésbica, encontrei o seu é me emocionei, minha filha se abriu comigo e com o pai, a gente já desconfiava, não quer dizer que não foi um choque, porque sempre quando eu o o pai conversava a gente acha que poderíamos está enganados mas não ela e gay, e hoje eu sinto aliviada porque sei que para ela estava sendo muito difícil guardar esse segredo. Conversamos eu e o pai estamos do lado dela para apoiar, amar.
Minha filha me falou ontem a respeito dos sentimento dela…apesar que eu já desconfiava, aliás toda Mãe sabe e presente tudo sobre um filho. Mesmo ela sendo ainda a adolescente de 14anos, deixarei a cargo dela, suas próprias decisões…
Sei que é clichê falar que nada mudou…muda sim, ou melhor molda se, transforma se…temos que nos moldar à nova realidade.
Agradeço imensamente esse texto muito bem vivido e exemplificado… Servirá de base pra minha conversa com ela hoje. Beijos.
Adorei seu texto, au lelu eu lebrei quando contei aos meus pais que era lesbicas e da frase que eles falaram. Mais so com o tempo para eles mudar seus conseitos. Hoje estudo e trabalho sou independente e moro com meus pais eles ainda não mim aseitam, acham que vou mudar. Mais sou o que sou grassas a meu anjo Any a mulher da minha vida, queria que mim mae le-se esse texto tão lindo que vc escreveu e que ela abrice os olhos.
Parabéns pelo texto,confesso que quase nunca comento em textos que leio,porém suas palavras me emocionaram de tal forma que não tive como não comentar. Vivo um conflito por ter que esconder que sou lésbica e que tenho uma namorada,é tão doloroso ter que esconder algo que pra você é tão natural e para as pessoas é errado. Mas espero que um dia possamos viver livres.
Minha mãe disse que prefere a morte, a ter uma filha “sapatão”. Tenho 28 anos, uma filha de 3 e já tentei várias vezes me relacionar com o sexo oposto. Infelizmente, por incoerências de atitudes e do destino ainda moro com meus pais, e tenho por eles um respeito inexplicável. Tenho medo de magoa-la, pois sei que ela não merece, mas ao mesmo tempo me sinto infeliz e incompleta por omitir algo tão importante.
E sempre assim, eles dizem que não criaram filhos desse jeito e acabam não aceitando, mas você sabe que e um sentimento puro então não desiste, isso não e errado, não foi uma escolha sua, você nasceu assim! Vai la e seja feliz assim e a vida varias barreiras mas no final uma VITORIA!
Procurando no google sobre poesia gay “me aceitam pela metade” justamente para escrever um artigo no meu blog, te encontrei guria e quero dizer que sua vida já é uma grande poesia, parabéns pelo texto, em um tempo onde o ceticismo nos sequestra, sua escrita nos emociona, abraço!
Eu tenho 16 anos e lembro mt bem da reação da minha mãe quando soube qe eu era lésbica, foi o pior dia da minha vida, eu não esperava isso dela, pois eu sempre tive uma ótima relação com ela, mas quando eu contei ela chorou e não olhou na minha cara por 3 dias até que eu tentei falar com ela mas ela chorou ainda mais, disse que tinha que sofrer calada, não poderia contar pra ninguém “isso” e que ela me amava mas nunca vai aceitar, ela sabe que eu namoro uma garota mas ela finge que esse relacionamento não existe, quando ela fica no computador cmg e minha namorada me chama, ela fica observando e a cara dela é um misto de nojo e indiferença, dói muito saber que não vou poder contar com ela, e se meu pai souber, aposto que sou posta pra fora de casa, ou ele vai embora…queria que eles pudessem entender meu lado, pudessem me apoiar, mas sei que deles só virão críticas e olhares que vou me arrepender de olhar…
Enfim, teu texto fico perfeito, sem mais palavras para descrever <3
Bom Dia!
Estava procurando na net mais informações sobre como lidar, quando se descobre que um filho é gay. E me deparei com seu texto. Sou o outro lado da historia sou Mãe, e acabei de descobrir que minha filha de 15 anos esta apaixonada por uma menina, alias ela já esta se relacionando com ela. Sei que talvez pela idade ela esteja buscando suas preferencias. Como se diz, experimentando. Mas sei tambem que é exatamente agora que as coisas se definem. Não fiquei chocada, não me desesperei acho que minha frieza inexplicavelmente esta me ajudando. O sentimento que me consome e saber como será difícil esta jornada, como será complicado para ela lidar com os preconceitos e indiferenças. NÓS MÃES quando tomamos alguma atitude contraria a essa opção (Pelo menos EU) não e pensando no sentimento, no amor até sei que o AMOR é relativo e inescapável. Na verdade meu Pré Conceito é MEDO, medo do que minha pequena irá passar. Falei para ela o seguinte: para ela esta preparada para as adversidades que terá pela frente, pra fazer o diferencial em outros âmbitos de sua vida para que possa erguer a cabeça e dizer EU SOU MULHER GUERREIRA E INTELIGENTE e para o fato de sua opção sexual não atrapalhar em suas conquistas. Que estarei do lado dela sempre. Que só exijo que ela seja do bem, responsável e acima de tudo humana .
Mães! As lágrimas me tomam nesse momento, sei que idealizamos para nossos filhos o conto de fadas que talvez quiséssemos para nos. Acho que os contos mudaram. Assim como eu, em minhas orações vamos pedir ao Senhor Jesus proteção aos nossos filhos.
Filha amada mamãe Te Ama infinitiva mente, minha pequena princesa. Estou do lado sempre! Só não deixa a vida te machucar use sua independência também para se proteger. Mamãe TE AMA!
Fran. Obrigada . So Deus sabe o q to sentindo.
Sou mae.
Menina lindo texto. Me identifiquei e ainda me identifico com muita coisa ai, pois faz mais ou menos um ano que contei aos meus pais e as minhas irmãs que gostava de meninas.
Eu li e reli seu texto. Me sinto perdida minha unica filha e homossexual apenas 15 anos nunca namorou se sente atraida por meninas nw sei que conselhos dar nw sei que conselhos me dar … Ta dificil so queria morrer e leva-la comigo nw vou suportar ve-la passar por preconceitos … Por favor me de uma palavra de incentivo antes que o desespero me faca enlouquecer ….
Eu tenho 15 anos e tou praticamente nessa situação da sua filha apenas le tenho a dizer para aceitar a sua filha independentemente das orientações sexuais dela pois nós não temos culpa disso apoia pois isso irá ser mt importante
Eu venho aqui nesta noite dizer que a minha tristeza é muito grande, pois hoje ouvir da boca da minha mãe que ela tem vergonha da minha opção sexual que é gostar de mulher, isso me magou muito e não estou conseguindo perdoar por isso, eu ao a mulher que está comigo e tenho muito orgulho disso e queria muito sentir que minha mãe me ama, mas ela tem vergonha de mim, trste…..
Tb sou lésbica, tb sou gorda, tb sofri com a incompreensão da minha mãe, só não sou negra (mas sofro preconceito pela minha religião afro-brasileira). Três anos atrás, qdo minha mãe descobriu que sou homossexual, escrevi uma carta pra ela, então ela passou a me tratar melhor. Se vc quiser, me passa seu e-mail que eu te envio a carta. Parabéns pelo belo texto!
Hoje sei que a dor que avassala ao sermos colocados frente a situação é a dor de ter que se reprogramar. Entendi que a mim cabia somente ama-la e não a de definir com quem minha filha vai se relacionar afetiva/sexualmente. Mas aprendi que respeito encontramos em nós mesmos e depois de muitas conversas chegamos a conclusão que a partir da postura dela seria dado retorno pelas pessoas, ainda que de forma hipócrita. Então sapatão, homossexualismo, lésbica não são termos bem vindos em minha casa. Aqui temos uma filha e ponto. Quanto a sua sexualidade pouco me importa, hoje posso dizer que sou fã da namorada, mas amanhã se for um homem, outra mulher ou um cavalo…. ainda assim não aceitarei que a definam por suas escolhas. Inteligente minha menina que me mostrou que independente das escolhas ela nunca deixaria de ser minha filha amada. Quando ao visual, ser gorda, cabelo curto, posso dizer sou toda tatuada, cabelo crespo e uma das pessoas que mais me fotografa é meu sogro, um senhor de 83 anos, militar. Ele sim, na sabedoria adquirida, entendeu que sou mais que visual, tal como aconteceu comigo gostaria que você desse a sua mãe a chance de enxerga-la como filha e garanto a você, livre de estereótipos fica bem mais fácil compreender.
Muito bonito o seu texto, Jéssica. Muito bonito.
Perfeito.. não é preciso dizer mais nada.
Lindo texto, isso não aconteceu comigo, porque sempre tive um diálogo bem aberto com minha mãe, ela sempre foi minha melhor amiga, e quando eu me apaixonei verdadeiramente pela primeira mulher eu tinha 20 anos,e tive uma conversa com ela, no começo da conversa ela estranhou, mas expliquei meus motivos…ela me aceita e me ama, me incentiva a correr atrás do meu futuro, eu agradeço a mãe linda e boa que eu tenho(te amo mamãe)…eu com 23 anos hoje, me deparo em uma situação terrível, mas é em relação a minha ex namorada, os pais dela não aceitam a opção sexual de jeito nenhum, já internaram ela e de nada adiantou, e agora q me envolvi com ela eles estão retomando novamente um tratamento com um psiquiatra, pois eles acreditam que isso é desvio de caráter dela, que é surto psicótico e etc…eu vejo que ela sofre muito com tdo isso…eu queria poder ajuda-lá, eles usam a bíblia para fazer ela acreditar que realmente ela esta errada, que Deus fez o homem pra mulher e mulher pro homem enfim…ela é de uma família muito tradicional, eu creio que se ela seguir o que eles querem para ela, ela vai sofrer muito…eu queria muito poder ajuda-lá mais não sei como…pois nem sair de casa pra conversar ela pode…me sinto impotente. =(
Jéssica, vc mandou muito bem!
Sua mãe e (muitas outras) ainda terá muito orgulho de vc (e das filhas delas).
Parabéns Jéssica ! você fez um depoimento corajoso e transbordante de amorosidade por sua mãe. Além disso, seu relato deixa claro que a superação de preconceitos é a marca registrada de um novo tempo. Sou educador social e lido direto com o preconceito.
Sou mãe de gay e senti a mesma coisa que sua mãe, há exatos 8 anos. Parecia que uma tsunami tinha varrido a minha vida. Não reconhecia mais o meu filho. Porém, nada mais que um dia após o outro. Eu entendi que meu filho não havia escolhido nada, que não havia culpados. Ele era assim, como eu era de outro modo. Joguei os meus mais belos sonhos fora e reconstruí outros. Hoje, me reinventei. Me reinventei por amor ao meu filho. Hoje, somos mãe e filho integrados. Não há nada errado com nenhum de nós. Mas sei que o caminho foi difícil, tanto para mim, como para ele. Sei que vc me entende. A palavra é paciência. Não desistir nunca do que você é, como meu filho fez. Parabéns pelo relato, pela força, pela determinação e por ser quem vc é. Não desista nunca!
Parabéns Jéssica Ipólito, além de linda e maravilhosa você é uma grande escritora.
Saiba com isso, você está ajudando muita gente e não se preocupe logo, logo sua mãe vai estar ajudando outras mães, a minha ainda chega em casa chorando quando alguém pergunta a ela se sou Gay, tento deixar claro a ela que ela não é pra ficar triste com esse tipo de perguntas, e sim dizer a verdade, ela acha tudo isso muito ofensivo, mas nunca me desprezou por conta da minha homossexualidade, tenho uma mãe maravilhosa “me aceita” mas não quer saber de nada da minha vida pessoa, não quer e nem aceita homem nem um vir a minha casa.
Jéssica saiba de uma coisa, você é uma menina especial, diferente apenas de padronagem, assim como também sou, mas o que vale mesmo de tudo isso é um coração bom, lutar por aqui que achamos ser certo e não nos deixar influencias por quem não vale apena.
Siga esse caminha pois você está no caminho certo. Parabéns mais uma vez. virei seu fã.
Beijos de Felipe Andrade, Fortaleza 😉
Garota,voce é o máximo!E de cara dá pra sentir,através de teu texto,que serás uma ótima jornalista.Tudo de bom pra ti.
De um valor inarrável! Voce esta de parabéns por ter se tornado em uma Mulher de verdade.
Sou Lésbica, moro no exterior e assumi pra minha mãe por telefone em um momento de muita dor e sofrimento e ela simplesmente me abraçou e transmitiu todo o amor de mãe a distancia.
Muito lindo sua história de vida!
Beijos!!!!
Ai menina! morri de chorar! Não desista, e faça essa carta chegar a sua mãe. Sabe eu tb tenho uma filha lésbica de 23 anos que sempre foi meu orgulho. Quando aos 14 anos eu descobri, fiquei louquinha rsrssr. Não me conformava de como alguem que nunca namorou podia saber do que gostava rsrssr Pura idiotice! Pegava muito no pé dela, mas sempre deixei claro que a amaria de qualquer modo. Imagina uma pessoa que estudou a vida inteira num colegio de freiras, batizada,crismada e casada na igreja católica, com uma mãe que quase foi freira , essa pessoa sou eu(eo sonho de minha mãe era que uma das filhas fosse freira). Ainda bem que nessa fase da descoberta da minha filha, eu ja tinha me desligado da igreja católica. Eu tinha amigos gays, sobrinhos e sobrinhas gays, que sempre apoiei, mas qdo é no teu quintal…..vc imagina o que os amigos vão falar, as dificuldades que os filhos vão ter, realmente não é fácil . Li muito, fui num psicologo e hoje sou uma Mãe pela Igualdade. Continuo tendo muito orgulho de minha filha e ela de mim rsrsrs. Receba meu abraço de mãe. Talvez não seja hoje, nem amanhã, mas vai chegar o dia em que ela vai te pedir desculpas , te abraçar e dizer o orgulho que tem de voce. bjs
Que depoimento lindo e emocionante.
Muito interessante seu texto me vi em alguns parágrafos e sei o quanto é difícil. Eu ainda não criei essa “coragem” pra conversar com minha mãe, que é uma grande mulher, sobre isso.
Parabéns pelo texto!
Quero um dia poder dizer tudo isso pra minha mãe também Jéssica. Parabens pela verdade e coragem nas suas palavras!!
Parabéns pelo seu texto e por sua coragem de colocar seus sentimentos no papel. Nossa situação é parecida, o que me fez chorar desde o 6 parágrafo. Sou lésbica e moro com minha mãe, sendo que ela só tem a mim e eu e ela. Como a sua mãe, a minha também carrega uma carga negativa da vida nos ombros, e a parte “sei que há muita dor aí dentro de você, mas eu nunca quis ser sua parte ruim” me fez chorar ainda mais, pois ela comparou minha sexualidade com todas as coisas ruins que já aconteceram com ela, colocando minha orientação como a pior de todas. Eu destrui os sonhos dela. Sei disso e isso foi me dito por ela. Três anos ja fazem que ela descobriu que sou lésbica e negou desde o inicio até hoje em dia. E eu para protege-la, mesmo sabendo que é errado, finjo que “a fase passou”, e ela finge que acredita, ou acredita mesmo, não sei. Fico feliz que tenha seguido com tua vida, como eu espero seguir a minha. Ler seu texto me fez me imaginar no futuro, realizando meus sonhos, mas sem minha mãe do lado, e ao mesmo tempo agradecendo por tudo o que ela fez por mim.
Sensacional! Você abriu seu coração e com certeza, lendo esse texto, muitas pessoas vão abrir os olhos e parar de tratar homossexualidade como doença.
Sempre em luta, sempre indo em frente.
Excelente depoimento! Forte, emocionante, verdadeiro!
Obrigada pelas palavras, Camila!
Não sou lésbica, más sou negra. Negros são tratados como se tivessem doenças contagiosas,como se fossemos bandidos, desonestos e outros tantos adjetivos depreciativos, que couber na mente doentia de algumas pessoas.Portanto, não se sinta só, nesta luta para ocupar um espaço, que por direito é seu..
Obrigada, companheira.
Seguimos em luta, sempre!!
Chorei desde a metade desse texto ao lembrar de uma situação que aconteceu na minha casa. A minha irmã é bissexual e quando minha mãe descobriu reagiu como a maioria das mães/pais fazem, confesso que eu também reagi de uma forma muito errada no começo… como você disse “quando é no nosso quintal aí o negócio muda de figura” mas hoje eu apoio e tenho orgulho de ter a irmã que eu tenho.
Espero que sua mãe tenha lido a sua carta, desejo todo amor pra você e muita força! ♥
lara, é complicado né? A gente desde cedo é condicionada para a heteronormatividade, e aí esquecemos que as relações humanas são múltiplas, nem temos brechas de pensar mais além. E daí, acontece na nossa casa. Com uma de nós, e tudo parece desabar… até que, com o tempo, a gente percebe o quão natural é, o quão correto é a pessoa seguir o que ela sente.
Fico feliz por saber do seu apoio para com sua irmã, isso é absolutamente necessário.
Muito obrigada, viu?! Todo sentindo bom de volta pra ti!
vc está de parabéns. Amei seu texto e, a princípio me identifiquei com sua mãe. Minha filha é bisexual e a amo mais do que tudo na minha vida contudo, lá no início foi bastante complicado simplesmente porque não queria que ela sofresse pois conheço de perto o quanto de sofrimento as pessoas que vão contra o senso comum carregam, o quanto são subjugadas e condenadas por esta sociedade hipócrita na qual vivemos. Sei que provoquei muitas feridas na minha filha mas todas foram tentando protege-la. Não estou, com isto, tentando me livrar do mal que lhe causei mas explicando porque fiz. Hoje somos grandes amigas, companheiras, guerreiras. Sinto um profundo orgulho do ser humano que criei, do caráter que ela tem, da personalidade forte. Sempre digo à ela e a quem quiser ouvir que o que me importa é o que ela faz fora da cama. O que ela faz na cama, com quem faz, o modo como sente prazer? Isso é com ela. Se estar com mulher a faz feliz? Então que seja feliz. E se for com um homem? Então que seja feliz. A sexualidade de cada um deve ser vivida de maneira que cada um seja feliz a seu jeito. Que cada um se ame e se aceite do seu jeito. Você é linda por dentro e por fora, seu corpo é lindo, seu rosto é lindo, seu texto é lindo, seu amor pela sua mãe é lindo. Mas sei que mãe faz falta e penso que deva existir uma lacuna na sua vida que só será preenchida com o abraço dela. Por enquanto, se for possível, se você quiser, receba o meu abraço, que também é um abraço de mãe, de uma mãe que te ama e que te aceita assim, do jeitinho que você é. Te abraço e te beijo, do mesmo jeito que faço com minha filha e te recebo do mesmo jeito que recebo a menina linda que pari ha 23 anos atrás. Sinta-se amparada por esta mãe aqui, que te admira virtualmente. Mil beijos neste ser lindo que é você.
Telma Lobato
Telma,
que carinho seu comentário.
Sim, é verdade. A lacuna da mãe nunca fecha, então, me senti muito bem abraçada por você! Obrigada por isso, querida, de verdade.
Beijossss
Muito legal o seu ponto de vista hoje!Beijus!!!!!!