Texto originalmente no Tarja Preta
Eu estou apaixonada, e talvez isso influencie bastante no que vou dizer agora.
Eu tenho 25 anos, acho que eu não sei merda nenhuma da vida, mas eu descobri algumas coisas importantes no último ano sobre amor e felicidade.
Por muito tempo eu disse que não era feliz. Primeiro porque eu escondia e não vivia quem eu realmente era. Eu estava no interior de São Paulo, em uma família conservadora e eu amava mulheres. Então, eu sempre achei que eu não seria feliz, que eu nunca poderia amar mulheres em paz.
Depois de um tempo eu achei que não era feliz com o meu próprio corpo. Afinal, eu fiz meu primeiro plano de dieta aos 9 anos, com uma médica e uma mãe extremamente desesperada pra que eu emagrecesse pra sociedade (isso me machucou por muitos anos, mas hoje eu tento entender a cabeçada minha mãe após um bom período de terapia).
Pouco tempo depois, já pós- universidade, quando eu podia amar mulheres e amava meu corpo, eu incessantemente buscava pela felicidade em alguém, até que eu comecei a notar: quanto mais eu almejava ser feliz, mais eu me frustava. E olha que eu sempre tive relacionamentos “livres”, mas que de nada adiantavam se eu não entendesse duas coisas: o que é amor e felicidade.
Eu comecei a refletir com minha ex-namorada e meu atual companheiro que nunca existira felicidade. Parece claramente frustrante, e é. E o que nós podemos fazer perante ao pessimismo?
PROPORCIONAR MOMENTOS FELIZES PRA NÓS E AOS NOSSOS!
A busca incessante nunca vai passar. Você precisa render-se ao agora, construir as etapas, compreender seus companheiros, dialogar e conversar. Saber quando seu momento feliz vai chegar.
O que eu quero dizer é que: infelizmente nós não podemos esperar do outro a complexidade do amor genuíno e completo. E estudar um pouquinho de psicanálise me fez entender que meus planos não eram mirabolantes.
Basicamente a psicanálise ressalta que vamos nos decepcionar quando projetamos algo que queremos pra nós, no outro. E vai dizer que você nunca pensou isso em um relacionamento? Seja ele familiar, de amizade ou afetivo!
Em todos os meus exemplos acima eu lidei com a minha autocrítica e a das pessoas que estiveram comigo.
Eu entendi que daqui pra frente é mais do que “a sua felicidade só depende de você”. A felicidade não é algo concreto, não busque, não espere. Se aposente desse cargo, do contrário, nunca haverá uma promoção merecida.
Por isso, em uma conversa com a pessoa que eu amo eu perguntei:
-Você quer construir o amor comigo?
É isso que eu preciso, alguém que esteja disposto à construção. Pode ser que ambos errem, aliás, nós vamos errar, e já erramos. Eu sempre compreendo que apesar do meu jeito explosivo, o diálogo é sempre o melhor caminho e tem sido algo estratosférico com quem eu amo!
Faça essa pergunta internamente também, ok? Construa o amor próprio, que não vai ser perfeito. Você vai olhar no espelho e querer atravessar sua própria cara nos dias de tristeza, mas se houver a construção do amor, em breve isso passa.
E se você acha que estar apaixonado é lindo. Talvez isso acabe, como digo pro meu companheiro: logo passa, mas você quer construir o amor comigo? Quando acabar, passar, se não houver uma base pra que os novos momentos felizes aconteçam, vocês vão desmoronar.
Como diria Nina Simone em “You’ve Got To Learn”:
“Você tem de aprender a sair da mesa quando o amor já não está sendo servido”.
Talvez eu seja pessimista demais, mas talvez eu esteja minimamente certa. Talvez Will Smith explique melhor o que eu eu quero dizer. Veja!