Preços baixos, descontos, promoções. O comércio brasileiro copiou esse modelo de vendas e passou a oferecer também o seu “Black Friday”, convocando clientes para um momento de vendas que beira uma catarse coletiva. Mas fica a pergunta, quão negra é essa sexta-feira?
Queria casar, quer dizer, quero. E comprei, como toda aspirante a noiva uma revista que demonstram vestidos e penteados. Revista cara, doeu no bolso. Quando cheguei em casa, percebi que todos os vestidos eram para magras e todos os penteados para cabelos lisos. Fiquei arrasada, não era possível que nem mesmo em uma revista de noivas iam pensar que a mulher gorda e preta também casa e também quer festa, ué. Tive vontade de voltar na loja e pedir meu dinheiro de volta.
O racismo existente no Brasil não poupa a infância. Na verdade, é nessa fase que ele ganha corpo e consegue novos adeptos. A propaganda pode transmitir para as crianças negras a interiorização de um lugar social delimitado e com horizontes claramente marcados.