LUGAR DE FALA

Sim, eu vou falar.

Dessa pauta indecente,

Imoral mas persistente.

Que há séculos nos acompanha.

Racismo.

Nem “mi mi mi”, nem brincadeira.

É uma pancada forte e traiçoeira,

que erroneamente tenta nos diminuir.

Muitas histórias,

Contadas pela metade.

Ferem e violam a nossa dignidade.

Desvalorizando a ancestralidade e a cultura.

Uma estrutura,

que a sociedade nega até hoje.

Não muda as posturas, mas mantém a pose.

Invisibilizando  a questão.

Chega de correntes e mordaças.

Já é hora de compreender,

Que é preciso falar e debater,

Romper os silêncios  que aprisionam.

Essa luta, é sim de todos.

Um clamor que denuncia e ecoa,

como ainda morrem pessoas,

por causa do tom da pele.

É um tiro certeiro,

que tem endereço certo e paradeiro.

Tristes rastros  deixados

pelo  temível  Navio Negreiro.

Sonho e exijo!

Mais oportunidades e respeito.

Basta de “balas” atravessando nosso peito.

“ PAREM DE NOS MATAR!”


Imagem destaacada – Sputnik News

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Diametralmente oposto a esse padrão aceitável se encontra, por lógica, o corpo negro. O corpo negro, seus traços, sua genética, seu fenótipo e a infantil tentativa de negar a construção social que tem o gosto. Somos, todos nós – negrxs e brancxs – expostos desde crianças a propagandas, programas infantis, desenhos, revistinhas em que predomina um padrão de beleza europeu. “Gosto não se discute” porque a mídia já deliberou sobre ele por nós, apresentou-o e nós, como o esperado, compramos não só o gosto mas também o slogan. Continuemos sorrindo!