Quando li partes (já traduzidas) do discurso de Chimamanda Adichie para a turma de 2015 de Wellesley (http://www.geledes.org.br/chimamanda-ngozi-adichie-nao-silencie-essa-voz/#gs.52c53921cd104237945a6c8f5989978c), percebi que aquele discurso poderia ser dirigido não apenas a graduandas, cujas idades poderiam começar a variar a partir dos 23 anos, mas também a meninas mais novas, a meninas que já hoje vêm sendo ensinadas a “serem agradáveis, para se modificarem em formas que agrade a outras pessoas”. Quando Chimamanda profere explicitamente palavras de ordem (pois seu discurso é um todo persuasivo para que mulheres tomem os espaços e subvertam a socialização machista), a fim de que as mulheres ali presentes se mobilizassem para criar um mundo “em que vocês queiram viver”, aquelas palavras para mim soaram como um apelo sem idade certa para atingir. Por isso, nós do BN decidimos, com um modesto inglês, traduzir todo o discurso de Adichie, para que não só mulheres negras já graduadas, ou ainda a serem graduadas, ou não graduadas, tivessem acesso a ele – mesmo sem inglês fluente – como também nossas BN teens pudessem se inspirar por palavras de uma mulher negra do gabarito de Chimamanda.
Olá, turma de 2015.
Parabéns!
Eu admiro (a Universidade) Wellesley – sua missão, sua história, seus sucessos – há muito tempo e eu agradeço o convite feito a mim.
Vocês (alunas formandas) têm muita sorte de serem graduandas desse baluarte de excelência e nesses acres lindos.
E se as deusas e deuses do universo fazem a coisa certa, então logo vocês terão sido, orgulhasamente, alunas da universidade onde estudou a primeira presidenta dos Estados Unidos! Vai, Hillary!
Eu estou verdadeiramente feliz de estar aqui hoje, tão feliz na verdade, que quando descobri que a cor da turma de vocês era o amarelo, eu decidi que usaria uma sombra de olhos amarela. Entretanto, pensando melhor, eu percebi que ainda que eu admire Wellesley, uma sombra amarela era um gesto um pouco excessivo. Então, em vez disso, eu desenterrei esse turbante amarelo – amarelado.
Falando em sombra de olhos, eu não usava muita maquiagem até os meus vinte anos, época em que comecei a usar maquiagem. Por causa de um homem. Um homem barulhento e desagradável. Ele era um dos convidados em uma festa de jantar na casa de um amigo. Eu também era uma convidada. Eu tinha por volta de vinte e três anos, mas as pessoas costumavam dizer que eu parecia ter doze anos. A conversa no jantar foi sobre a cultura Igbo, sobre a tradição segundo a qual apenas homens poderiam quebrar a noz de cola, que é uma parte bastante simbólica da cosmologia Igbo.
Argumentei que seria melhor se aquela honra fosse baseada em merecimento do que em gênero, e ele olhou pra mim e disse de forma desdenhosa “Você não sabe do que está falando, você é uma menina nova”.
Eu queria que ele discordasse do meu argumento, mas, olhando pra mim, – jovem e mulher – era fácil para ele desdenhar do que eu havia dito. Então decidi tentar parecer mais velha. Então pensei que usar batom poderia ajudar. E um lápis de olho.
E eu sou grata àquele homem porque, desde então, eu decidi amar maquiagem, e suas possibilidades maravilhosas de transformação temporária.
Então, eu não contei a vocês essa anedota como uma forma de ilustrar minha descoberta acerca da injustiça dos gêneros. Quando muito é apenas uma ode à maquiagem.
É apenas para dizer que isso, a sua graduação, é um bom momento para comprar batons – se maquiagem é sua praia – porque um batom sempre pode melhorar seu humor nos dias ruins.
Essa anedota não é sobre a minha descoberta sobre a injustiça de gênero porque, claro, eu já a havia descoberto anos antes. Na infância. Observando o mundo. Eu já sabia que o mundo não fazia, às mulheres, as pequenas cortesias que fazia aos homens.
Eu também sabia que vitimismo não é uma vantagem. Que ser vítima de discriminação não faz de você uma pessoa moralmente superior.
E eu sabia que os homens não eram inerentemente maus ou ruins. Eles eram simplesmente privilegiados. E eu sabia que aquele privilégio cegava porque é a natureza do privilégio cegar.
Eu sabia, por essa experiência pessoal, pelo privilégio de classe de ter crescido numa família com educação, que o privilégio por vezes me cegou, que eu nem sempre estava alerta às nuances das pessoas que eram diferentes de mim.
E vocês, porque agora vocês têm esse lindo diploma da Wellesley, são agora privilegiadas, não importa qual seja o passado de vocês. Esse diploma, e a experiência de estar aqui, é um privilégio. Não permitam que esse privilégio cegue vocês. Às vezes vocês precisarão colocá-lo de lado para que possam enxergar claramente.
*
Eu trago felicitações da minha mãe para vocês. Ela é uma grande admiradora da Wellesley, e ela gostaria de poder estar aqui. Ela me ligou ontem para perguntar como andava o discurso e para me dizer pra lembrar de usar bastante creme nas pernas pra que elas não parecessem acinzentadas* (*nossa linda cútis negra, quando seca, aparenta estar “acinzentada”).
Minha mãe tem setenta e três anos e ela se aposentou como a primeira secretária da Universidade da Nigéria – o que era uma grande coisa à época.
Minha mãe gosta de contar uma história sobre a primeira reunião da Universidade que ela presidiu. Foi numa grande sala de conferência, e na ponta da mesa havia uma placa que dizia PRESIDENTE. Minha mãe estava para sentar naquela cadeira quando um funcionário veio e retirou a placa. Obviamente, todas as outras reuniões haviam sido presididas por um homem, e alguém havia esquecido de substituir PRESIDENTE por uma nova placa que dizia PESSOA QUE VAI PRESIDIR*.
(* “Chairman” é algo como “cadeira do homem”. Em inglês, a referência ao gênero da pessoa a presidir a reunião é mais evidente por ser explícita [man = homem]. No desenrolar do relato, fica claro que a remoção da placa deu-se porque não seria um homem a presidir a reunião, ao que optou-se por uma placa pretensamente neutra que dizia “cadeira da pessoa”. Imaginemos a situação em terras brasileiras: ou a placa não seria substituída, e a justificativa seria que o substantivo “presidente” é comum de dois gêneros, diferenciando-se o gênero com o uso dos artigos o(s), a(s); ou ela seria substituída por uma placa que trouxesse um “presidenta” muito bem marcado em seu gênero, pois que a lei federal 2.749, de 1956, do senador Mozart Lago (1889-1974), determina o uso oficial da forma feminina para designar cargos públicos ocupados por mulheres. Entretanto, também há em inglês a contraparte feminina do chairman: chairwoman [cadeira da mulher]. Segundo o wikipédia, “os termos chair e chairperson às vezes são usados para evitar títulos de gênero diferente”. Ora, é exatamente esse sexismo na linguagem que se vai evidenciar, adiante, a partir desse relato que faz Chimamanda. Certamente, essa crítica, e a que se seguirá, se torna mais sutil quando traduzimos o discurso de Chimamanda, proferido em inglês, para o português. Confesso que, por isso mesmo, por esse sutil machismo da última flor do Lácio, fiz questão de “adaptar” os termos chairman e chairperson. Espero que leitoras e leitores entendam e concordem com essa opção.)
Minha mãe disse “não”. Na verdade, ela disse que ela ERA um presidente. Ela quis que a placa fosse deixada exatamente onde estava. A reunião estava para começar. Ela não queria que ninguém pensasse que o que ela estava fazendo naquela reunião, naquela hora, naquele dia fosse de alguma forma diferente do que um PRESIDENTE faria.
Eu sempre gostei dessa história, e admirava o que eu encarava como uma escolha feminista poderosa de minha mãe. Uma vez contei essa história para uma amiga, uma feminista de carteirinha, e eu esperava que ela dissesse “bravo” para a atitude de minha mãe. Entretanto ela teve dificuldade em aceitar isso. “Por que sua mãe quis ser chamada de presidente como se ela precisasse do significado masculino do nome* para validar o que ela estava fazendo? minha amiga me perguntou.
De alguma forma, eu entendi o que ela estava querendo dizer.
Porque se existisse um Manual Normativo publicado anualmente pela Sociedade Secreta de Certificados Feministas, então esse manual certamente diria que uma mulher não deveria ser chamada, nem quisesse que a chamassem, PRESIDENTE.
Contudo, gênero sempre depende de contexto e circunstância.
(*se tivéssemos optado por traduzir literalmente chairman, a tradução talvez ficasse mais clara, mas mesmo num exercício de tradução achamos pertinente incitarmos a uma reflexão sobre a linguagem e a diferença entre os termos usados em inglês e em português.)
Se há uma lição nessa anedota, fora o fato de contar a vocês uma história sobre minha mãe para fazê-la feliz por eu ter falado sobre ela em Wellesley, então a lição é essa: suas ideologias padronizadas nem sempre vão caber nas suas vidas. Porque a vida é uma bagunça.
*
Quando eu era criança na Nigéria, eu esperava, como era esperado de toda boa estudante, ser médica. No fundo, eu sabia que o que eu queria mesmo era escrever histórias. Entretanto, eu fiz o que eu deveria fazer e fui para uma faculdade de medicina.
Eu disse a mim mesma que eu resistiria e viraria psiquiatra e, assim, eu poderia usar as histórias de meus pacientes para minhas histórias de ficção.
Contudo, depois de um ano na faculdade de medicina eu fugi. Eu entendi que eu seria uma médica muito infeliz e eu realmente não queria ser responsável pela morte fortuita de meus pacientes. Abandonar a faculdade de medicina foi uma decisão bastante incomum, especialmente na Nigéria, onde é muito difícil de se entrar numa faculdade de medicina.
Mais tarde, as pessoas me disseram que eu fui muito corajosa, mas eu não sentia, de jeito nenhum, essa coragem. O que eu senti não foi coragem mas um desejo de fazer um esforço, de tentar. Eu ainda poderia ter ficado e estudado algo que não era certo pra mim. Ou eu poderia tentar fazer algo diferente. Eu decidi tentar. Eu fiz as provas e consegui uma bolsa de estudos para vir para os Estados Unidos onde eu poderia estudar outra coisa que NÃO estivesse relacionada à medicina. Agora, essa decisão poderia não ter dado certo. Eu poderia não ter conseguido a bolsa de estudos.
Meus livros poderiam não ter tido sucesso. Mas a questão é que eu tentei. Nem sempre nós podemos dobrar o mundo nas formas em que queremos, mas nós podemos tentar, nós podemos fazer um esforço conjunto, real e verdadeiro. E vocês são privilegiadas de, por causa da sua educação aqui, terem recebido muitas das ferramentas que vocês vão precisar para tentar. Simplesmente, tentem sempre.
Porque vocês nunca sabem.
E como vocês se graduaram, como vocês lidam com suas emoções e suas dúvidas hoje, eu suplico que vocês tentem e criem um mundo em que vocês queiram viver.
Ministrem o mundo de um jeito que vocês consigam mudá-lo. Ministrem radicalmente de um jeito real, ativo, prático, de um jeito que suas mãos fiquem sujas.
Wellesley vai abrir portas pra vocês. Atravessem essas portas e deem passos longos e firmes e certeiros.
Escrevam programas de televisão em que a força de uma mulher não seja retratado como algo extraordinário, mas como algo normal.
Ensinem seus alunos a verem a vulnerabilidade como um traço do SER HUMANO em vez de um traço FEMININO.
Encomendem artigos de revistas que ensinem aos homens COMO FAZER UMA MULHER FELIZ. Porque já existem muitos artigos que dizem às mulheres como fazer um homem feliz. E nas entrevistas certifiquem-se de que os pais sejam perguntados sobre como eles equilibram família e trabalho. Em tempos de “culpados por ser pais*”, por favor dividam a culpa por igual. Façam com que os pais se sintam tão mal quanto as mães. Façam os pais dividir a glória da culpa.
(*parenting as guilt – em inglês, parents refere-se à mãe e ao pai. Em português, temos a palavra masculina pais para se referir a ambos os genitores. Permitam-me dizer que, mesmo sendo meu instrumento de trabalho, e mesmo amando as nuances da minha língua materna, às vezes eu odeio o português por ser essa língua machista!)
Façam campanha e se mobilizem a favor da licença-paternidade remunerada por todo os Estados Unidos.
Contratem mais mulheres onde há poucas. Contudo, lembrem-se de que a mulher que você contrata não tem que ser excepcionalmente boa. Como a maioria dos homens que são contratados, ela precisar apenas ser boa o suficiente.
*
Recentemente, uma organização feminista gentilmente me nomeou para uma importante premiação num país que eu não direi qual é. Eu fiquei muito contente. Eu fui sortuda de receber alguns prêmios e eu gosto deles especialmente quando eles vêm com presentes brilhantes. Para receber esse prêmio, me foi pedido que eu falasse o quão importante uma escritora feminista europeia, em particular, havia sido para mim. Agora, a verdade era que eu nunca pensei em terminar de ler o livro dessa escritora feminista. O livro não falava comigo. Seria uma mentira alegar que ela tivesse influenciado minha escrita. A verdade é que eu aprendi muito mais observando as mulheres comerciantes num mercado em Nsukka quando eu era criança, do que lendo um texto feminista inspirador. Eu poderia ter dito que essa mulher era importante pra mim, e eu poderia ter mentido, a eu poderia ter recebido o prêmio e o presente brilhante. Mas eu não o fiz.
Porque eu tinha começado a me perguntar o que realmente significava usar tão publicamente essa etiqueta de FEMINISTA. Assim como me questionei depois de algumas partes do meu discurso feminista serem usadas numa música de uma musicista bastante talentosa que eu imagino que algumas de vocês possam conhecer.
Eu achei que era muito bom que a palavra “feminista” fosse apresentada a uma nova geração.
Entretanto eu estava surpresa por tantas pessoas, muitas acadêmicas, terem visto algo preocupante, até ameaçador, nisso.
Era como se o feminismo tivesse que ser uma pequena seita da elite, com rituais esotéricos para adesão.
Mas não deve. O feminismo deve ser uma festa* inclusiva. O feminismo deve ser uma festa cheia de feministas diferentes.
Então, turma de 2015, saiam por aí e façam do feminismo uma inclusiva festa estridente.
(* “Feminism should be an inclusive party. Feminism should be a party full of different feminisms”. “Party” pode ser traduzido por “festa” ou “partido” ou pode se referir a um grupo de pessoas que se reúnem em torno de um mesmo interesse. Até pelo tom que Adichie usa, optei por traduzir por “festa” mesmo, por causa de sua semântica de inclusão, de celebração, em oposição à “seita”, que só permite em seu círculo pessoas que passem por algum ritual de adesão)
*
As últimas três semanas têm sido as mais emocionalmente difíceis da minha vida. Meu pai tem oitenta e três anos de idade, um professor de estatística aposentado, um homem adoravelmente bom. Eu sou uma típica garota do papai. Há três semanas, ele foi sequestrado perto de sua casa na Nigéria. E por alguns dias, minha família e eu passamos por uma espécie de dor emocional que eu nunca havia experimentado na minha vida. Nós estávamos falando com estranhos que nos ameaçavam no telefone, implorando e negociando a segurança de meu pai e nem sempre nós estávamos certos de que ele estivesse vivo. Ele foi solto depois que pagamos um resgate. Ele está bem, em boa forma e, do seu jeito amoroso, quer muito reafirmar pra gente que ele está muito bem.
Eu ainda não estou dormindo bem, eu ainda acordo muitas vezes durante a noite, em pânico, preocupada que mais alguma coisa dê errado, eu ainda não consigo olhar pro meu pai sem evitar chorar, sem sentir esse profundo alívio e gratidão de ele estar a salvo, mas também raiva de ele ter se submetido a essa indecência para com seu corpo e espírito.
E a experiência me fez repensar muitas coisas, o que realmente importa, e o que não importa. O que eu valorizo, e o que eu não valorizo.
E assim como vocês estão se formando hoje, eu peço que vocês pensem sobre isso mais um pouco. Pensem sobre o que realmente importa pra vocês. Pensem sobre o que vocês QUEREM que realmente importe pra vocês.
Eu li sobre a amável tradição de se referirem às alunas mais velhas como “irmãs mais velhas” e às mais novas como “irmãs mais novas”. E eu li sobre a estranha tradição de serem jogadas na lagoa – e eu realmente não entendi isso – mas eu gostaria muito de ser sua honorável irmã mais velha hoje.
O que significa que eu gostaria de lhes dar conselhos como sua irmã mais velha:
Por todo o mundo, garotas são criadas para serem agradáveis, para se modificarem em formas que agrade a outras pessoas.
Por favor, não se modifiquem para agradar. Não façam isso. Se alguém gosta dessa versão sua, essa versão que é falsa e atrasa, então esse alguém na verdade gosta dessa versão modificada, e não de você. E o mundo é tão gloriosamente multifacetado, um lugar diverso que existem pessoas no mundo que vão gostar de você, a verdadeira você, como você é.
Eu sou sortuda de minha escrita de me dado uma plataforma que eu escolhi usar para falar sobre coisas com as quais eu me importo e eu tenho dito algumas coisas que não têm sido tão populares com algumas pessoas. Dizem-me para calar a boca sobre certas coisas – como meus posicionamentos sobre direitos iguais dos homossexuais na África, como minha crença que homens e mulheres são completamente iguais. Eu não falo para provocar. Eu falo porque eu acho que nosso tempo na Terra é curto e a cada momento que nós dizemos o que não queremos porque imaginamos que isso é o que outra pessoa quer que digamos, então nós estamos desperdiçando nosso tempo na Terra.
Eu não quero soar preciosista, mas, por favor, não desperdicem seu tempo na Terra. Mas há uma exceção. A única forma aceitável de se desperdiçar seu tempo na Terra é fazendo compras online.
Tudo bem, uma última coisa sobre minha mãe. Minha mãe e eu concordamos em muitas coisas sobre gênero. Há algumas coisas que minha mãe acredita que uma pessoa deva fazer, pela simples razão de que essa pessoa “é uma mulher”. Tal como acenar ocasionalmente e sorrir mesmo quando sorrir é a última coisa que a pessoa quer fazer. Tal como ceder a certos argumentos, especialmente em se discutindo com um não-mulher. Tal como casar e ter filhos. Eu posso pensar em razões bastante razoáveis para fazer qualquer uma dessas coisas. Mas “porque você é uma mulher” não é uma delas.
Então, turma de 2015, nunca aceite “porque você é uma mulher” como razão para fazer ou não fazer alguma coisa.
E, finalmente, eu gostaria de terminar com uma observação final sobre a coisa mais importante no mundo: amor.
Agora, garotas são criadas para entender o amor apenas como doação. Mulheres são apreciadas pelo seu amor quando esse amor é um ato de doação. Mas amor é doar E receber.
Por favor, amem doando e recebendo. Doe e recebam. Se você está apenas doando e não recebendo, vocês vão saber. Vocês saberão através daquela pequena e verdadeira voz dentro de vocês que nós mulheres somos frequentemente socializadas a silenciar.
Não silenciem suas vozes. Enfrentem o desafio.
Parabéns!