Até quando nossas escolas protagonizarão esse retrocesso? Até quando a imagem da mulher negra será posta como engraçada e como motivo de deboche nos espaços educacionais?
O caso Linda Brown aconteceu na década de 50, na cidade de Kansas (EUA). Linda era uma aluna da terceira série e via-se forçada a caminhar algumas horas para chegar a seu colégio apenas destinado a negros. Para resolver sua situação de bem estar, sua família teve que entrar na justiça para a garotinha ter o direito de estudar em uma escola próxima de sua casa que era voltada a pessoas brancas. O clássico Brown versus Board of Education, um marco da luta da segregação racial nas escolas públicas.
É na escola que se tem eminentemente um trabalho de grupos, seja de irmãos biológicos que freqüentam a mesma escola, seja de crianças de diferentes famílias que se origina no fato de estarem todas juntas no mesmo espaço partilhando de uma identidade comum: educandas/os. Nesse sentido, não seria exagero pensar a escola como sendo um dos principais espaços onde a convivência com o diferente deveria ser estimulada, valorizada e estruturada de maneira naturalmente equânime a partir de identidades múltiplas que seriam catalizadoras da Diversidade.
Hoje já na universidade, na área da educação e me reconhecendo como mulher negra, ressalto a importância da escola na afirmação da auto identidade positiva e na construção da auto estima da criança negra. É pra isso que lutamos… Para que a escola não seja um mecanismo de discriminação racial.