Sou formada em História e estudante de jornalismo na UFRGS. Faço parte das Atinukes, coletivo de estudo sobre mulheres negras e da Rede Ciberativistas Negras do RS.
Se juntarmos todos os professores de algumas das principais universidades do país (UFRGS, USP, UFRJ, Unicamp, UNB, UFCAR e UFMG) teremos um contingente de 18.400 acadêmicos, entre quais 18.333 são brancos e 70 negros, ou seja, são 99,6% de professores brancos, contra 0,4% de professores negros.
É hora da sociedade gaúcha, que tem um longo histórico racista, aceitar que a universidade é para todos. E que lugar do negro não é mais na cozinha do restaurante universitário. Negros não são mais os porteiros que vocês cumprimentam na entrada da faculdade.
O Rio Grande do Sul é apontado, ainda hoje, como reduto europeu. O significante deslocamento de imigrantes alemães e italianos para o sul do Brasil reforçou o mito da ausência de negros e índios por aqui, dois grupos étnicos que historicamente prestaram inestimável contribuição para a construção da riqueza desse estado.
E se o gol contra fosse marcado por um jogador branco? A repercussão negativa ao futebolista seria igual? Seria ele discriminado? Claro que não, piada contra branco não tem graça, diriam alguns.