Nênis Vieira é lésbica, adora videogames e jogos online, gostaria de assistir mais filmes e séries mas nunca consegue acompanhar, prefere ouvir músicas novas e olhar formas diferentes nas nuvens.
Suas roupas largas, seu andar mais relaxado, seu cabelo crespo, seu sorriso largo e sua pele são lindas. São fatores de resistência e incomodam privilegiados pela sociedade. A ascensão de uma mulher negra lésbica é inadmissível pra alguns e atacar é o que mais eles sabem fazer, e nós resistimos.
É fundamental lutarmos todos os dias contra o machismo, racismo e homofobia, como já diz o grito de ordem de diversas marchas. Mas a importância do 29 de Agosto vai além. A homofobia não comporta as mulheres lésbicas e enquanto isso a lesbofobia continua agredindo e matando mulheres lésbicas por todo o Brasil.
Mas e as mulheres lésbicas? Não existe apenas uma noiva, o casamento pra nós foi “legalizado” há menos de 5 anos, com muita luta e esforço. Mas nós realmente precisamos de uma condição imposta pela heteronormatividade pra nos considerarmos parceiras perante a lei e aos costumes? O nosso amor, e também as relações entre casais hétero, não é o bastante para nos considerarmos casadas e parceiras? A lei é realmente mais forte e realista do que a vivência e os acontecimentos diários que passamos juntamente às nossas parceiras?