É importante aferir que o papel da reconstrução de uma autoestima já fragilizada se faz necessário para que não nos enganemos com supostos relacionamentos paliativos.
Na aula de português, após sair de um grupinho de meninos, sentados a parede, veio a mim uma amiga atônita: “Bárbara! Você não vai acreditar, um dos meninos disse que gosta de você! Ele quer se declarar, te pedir em namoro. Meu Deus! Você vai?”
Minha contribuição é para que possamos analisar e refletir essa questão afetiva com menos ideais e mais tato; menos cobrança e mais empoderamento. Acredito ser muito ingênuo a ideia de que só o amor afrocentrado é que cura tudo e liberta. Olhem ao redor. Apurem os sentidos. Ouçam, vejam, sintam.
O tema afetividade não alude apenas às relações conjugais, mas também às relações familiares e os laços de amizade. Todos esses aspectos carecem de estudos no que concerne à população negra. A abordagem da afetividade seja através de ações e práticas sócio-culturais ou educacionais é fundamental no processo de empoderamento e fortalecimento da auto-estima das mulheres negras.