A menina preta da cor do azeviche jamais esquecerá o que a avó representou na sua formação de mulher. Quando ela aprendeu a gostar de seu cabelo pixaim descobriu que barreiras podem ser quebradas. A morte da avó é apenas uma distância temporária na vida eternizada das duas mulheres de pele preta.
Compreendo que faço parte de uma luta que vem antes de mim e com todas as lágrimas, sorrisos, encontros e perdas que uma luta carrega, pretendo seguir nela aprendendo mais sobre mim dia após dia e contribuindo empoderando cotidianamente outras mulheres. É por todas nós. Avante.
Dada esta suposta possibilidade de ascensão de classe, no Brasil, pra quem quer melhorar de vida o segredo é: conquiste por mérito próprio seu lugar, certo? Não, infelizmente é preciso dizer que não é por aí.
Menina Bonita de Laço de Fita”, para todas as crianças negras, crianças brancas, crianças vermelhas, crianças amarelas. Pra crianças de todas as idades. Pra crianças que crescem, já cresceram e ainda vão crescer. Pras pessoas que ainda tem as crianças guardadas dentro de si. Uma leitura preciosa.
Sejamos irmãs e tenhamos sensibilidade e senso crítico para lidar com as armadilhas do racismo. Não podemos cair no jogo sujo da “aceitação” racista, que visa apenas nos separar e manter o projeto colonial de aniquilação de nossa ancestralidade, por meio do apagamento de qualquer traço cultural ou fenotípico que remeta à África.