Bailamos à resistência e nos trançamos numa rede tão grande e poderosa quanto a crina da égua que me trouxe a galope pela cordilheira. E assim deixamos um rastro infinito de arco-íris, porque afinal de contas, pavão também voa.
Hoje para mim, ser livre tem ganhado todo um novo significado. Arriscar, colocar-me perante a tudo e todos como sou e nada menos que isso. Não acho que muitos entendam, mas é o que tenho para dar.
Queria casar, quer dizer, quero. E comprei, como toda aspirante a noiva uma revista que demonstram vestidos e penteados. Revista cara, doeu no bolso. Quando cheguei em casa, percebi que todos os vestidos eram para magras e todos os penteados para cabelos lisos. Fiquei arrasada, não era possível que nem mesmo em uma revista de noivas iam pensar que a mulher gorda e preta também casa e também quer festa, ué. Tive vontade de voltar na loja e pedir meu dinheiro de volta.
No dia 30 de novembro do ano passado sofri uma tentativa de assassinato covarde por parte de Luis Henrique Nogueira, 27 anos na época, morador de Diadema, cidade onde moro. O sujeito, o qual estava saindo pela terceira vez nessa minha vida, me atirou da janela do quarto andar de um prédio localizado na Vila Mariana.