Considerada uma das figuras de maior representatividade na memória do movimento negro, Luíza Mahin – mãe do poeta, advogado e abolicionista Luiz Gama – teria sido uma das líderes do Levante dos Malês, bem como participado de inúmeras revoltas de escravos ocorridas em Salvador nos anos de 1830. Luíza Mahin tem sido exaltada como referencial de luta pelo Feminismo Negro, que lhe tem dedicado homenagens diversificadas nas últimas três décadas, sendo portanto o principal responsável por sua difusão e manutenção no imaginário afrobrasileiro.
Como forma de propagar a figura de Luíza Mahin, o Feminismo Negro utilizou inúmeros recursos, entre eles a literatura através de poesias publicadas nos Cadernos Negros e mais recentemente do romance Um defeito de Cor (2006) de Ana Maria Gonçalves. A primeira menção a Luíza Mahin foi feita na carta autobiográfica de Luiz Gama datada de 1880. Em 1933, Pedro Calmon publicou o romance Malês a insurreição das Senzalas situando Luíza Mahin como protagonista da Revolta dos Malês condição pela qual ela passou a ser reconhecida.